O Ministro de Assuntos Rurais da Suécia, Sven-Erik Bucht, o Embaixador da Suécia para as Alterações Climáticas, Lars Ronnås, e o Embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, estiveram na Embrapa Florestas na última terça-feira, (26), com uma comitiva de técnicos, pesquisadores e professores daquele país. Em pauta, possibilidades de parcerias em pesquisa florestal. A visita faz parte da sexta edição das “Semanas de Inovação Suécia-Brasil”, que este ano teve pela primeira vez sua abertura oficial em Curitiba/PR. A primeira parte da visita contou com apresentações da comitiva a pesquisadores da Embrapa Florestas. Na segunda parte, os visitantes conheceram o arboreto de eucaliptos da Unidade, fruto do trabalho de pesquisa realizado pela Embrapa e parceiros na introdução de espécies de eucalipto no Brasil.
Um dos pilares da economia sueca é a atividade florestal e o Brasil é um dos principais concorrentes no segmento de papel e celulose. Mas, embora concorrentes, existem novas linhas de pesquisa que podem interessar aos dois países na área de bioeconomia e de novos produtos de base florestal. Ao visitar o arboreto de eucaliptos da Unidade, o Ministro comentou: “nossas florestas crescem de forma diferente. Enquanto aqui vemos árvores com este desenvolvimento em 30 anos, as nossas demoram mais de cem anos para atingir este estágio. São recursos diferentes, mas podemos desenvolver em conjunto outros potenciais de base florestal, como bioenergia, construção e novos produtos”.
Hoje, 10% das moradias na Suécia são feitas de madeira e a intenção é chegar a pelo menos 20%. A indústria de base florestal também tem ganhado bastante destaque na área de geração de energia e aquecimento, com a mudança de uso de combustíveis fósseis para a energia renovável promovida pelos plantios florestais, em atenção a um dos grandes temas do momento: mudanças climáticas.
Os visitantes demonstraram bastante interesse em conhecer mais sobre a Embrapa Florestas, tida para eles como referência em pesquisa florestal.
Para os pesquisadores da Embrapa Florestas, chamou bastante a atenção a forma de trabalho dos suecos, chamada por eles de “co-criação”, em que projetos funcionam de forma cooperativa na triple hélice entre poder público, academia e empresa. “Isso já faz parte da nossa cultura”, explicou Mikael Román, Conselheiro Técnico-Científico da Embaixada da Suécia em Brasília. “Trabalhamos em cooperação para resolver problemas e depois, cada empresa, desenvolve o que mais interessa em sua área de atuação”. O país, que há 150 anos era considerado o mais pobre da Europa e com alto índice de desmatamento, credita seu atual sucesso em parte ao alto investimento em ciência e tecnologia desta forma cooperativa.
Para Edson Tadeu Iede, Chefe Geral da Embrapa Florestas, “embora rápida, a visita da comitiva nos mostrou oportunidades de cooperação com a Suécia. Começamos um ‘namoro’, que pode gerar bons frutos em especial na área de bioeconomia”.
Semanas de Inovação
O objetivo das Semanas de Inovação é promover a Suécia como um parceiro de longo prazo para o Brasil para criar ambientes de inovação, estabelecer uma colaboração com parceiros brasileiros e gerar um ponto de encontro para atores suecos e brasileiros nas áreas de interesse. Além disso, o evento busca a promoção comercial para ampliar as oportunidades de negócios e cooperação entre os dois países.
Representantes de empresas, agência de desenvolvimento e universidades suecas participam das Semanas de Inovação, que contam com seminários, workshops e debates em Curitiba, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia, Manaus entre outras cidades.
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