A Embrapa Florestas está colocando a disposição do setor reflorestamento uma nova forma de controle biológico para a principal praga exótica do eucalipto: o percevejo-bronzeado (Thaumastocoris peregrinus). Trata-se do parasitoide Clerucoides noackae, uma vespa de aproximadamente 0,5 mm de comprimento.
Esse agente biológico foi selecionado após oito anos de pesquisa, e será empregado na forma controle biológico clássico, ou seja, utilizando inimigos naturais da mesma região de origem da praga. O objetivo é proporcionar um baixo risco ambiental.
“Devido à inexistência de técnicas para a criação da praga em laboratório, o desenvolvimento de uma metodologia viável tornou-se imprescindível. Conduzimos estudos sobre bioecologia do percevejo, avaliando o efeito de diferentes espécies de eucaliptos e temperaturas no desenvolvimento da praga”, explica Leonardo Barbosa, pesquisador da Embrapa Florestas e responsável pela pesquisa para a criação em massa do parasitoide.
Para a multiplicação da vespa foi utilizada metodologia que mantém os percevejos em laboratório com temperatura e umidade controladas, sendo alimentados com ramos de eucalipto arranjados em forma de buquê preso em frasco com água. “Os ovos de T. peregrinus são obtidos em tiras de papel toalha colocadas sobre os buquês de eucalipto e posteriormente utilizados para criação de C. noackae”, explica o pesquisador.
Praga de origem australiana, o percevejo-bronzeado causa prejuízos milionários aos plantios de eucalipto em todo o território brasileiro, especialmente no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. De acordo com estudos recentes, houve perda média de 14% na produção de madeira após um pico de ataque dessa praga em florestas com três anos de idade.