Em abril, o setor de máquinas agrícolas comercializou 2.887 unidades. O número representa alta de 4,9% na comparação com março. Ainda assim, o total é 32,2% menor do que foi registrado no mesmo mês do ano passado, quando a indústria vendeu 4.255 máquinas. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e foram divulgados nesta quinta-feira (5/5) em São Paulo (SP).
Desde fevereiro, o setor de máquinas tem apresentado crescimento, ainda que tímido, mas com desempenho abaixo do ano passado. A produção também cresceu na comparação com o ano passado, mas é menor quando equiparada aos números do abril de 2015.
O resultado do mês passado foi puxado pelas vendas de tratores de rodas nacionais, com 2.619 unidades vendidas. Em segundo lugar estão as colheitadeiras nacionais, que somaram 117 unidades.
A entidade destaca dois fatores influenciadores para o crescimento das vendas em abril. O primeiro é o anúncio antecipado dos Planos Safra – familiar e empresarial. "É importante porque divulgam um pequeno acréscimo nos recursos de custeio e investimento, o que dá margem para o produtor prever tranquilamente seus gastos, já que tem recursos garantidos. Além disso, a taxa do Plano Safra atual pode acelerar alguns negócios", disse Antonio Carlos Botelho Megale, novo presidente da Anfavea.
Agrishow
O segundo ponto foi a Agrishow, principal evento do setor, que tradicionalmente impulsiona as vendas de abril. Para Ana Helena Correa de Andrade, vice-presidente da Anfavea, a feira foi um ótimo momento para comercializar e prospectar novas vendas nos próximos meses. "O público que foi à Agrishow foi para fazer negócio. As decisões de compras acontecem nos próximos meses. Temos um agricultor mais capitalizado, que fez a safra do ano anterior com insumos comprados com taxas de câmbio favorável e vendeu com dólar favorável. Mesmo com a receita melhor no ano passado, ainda não refletiu nas compras. Havia um temor de inexistência de financiamento. Agora que já sabemos o montante [do Plano Safra]esperamos melhora nas vendas com as condições extremamente positivas que foram anunciadas".
No entanto, Megale afirma que alta ainda não há motivo para comemorar uma possível recuperação. "Quando comparamos ao ano passado, esse volume é menor. E quando olhamos o acumulado do ano, temos 48% de redução. Estamos vendendo menos de dez mil unidades, o que mostra vendas ainda muito baixas, especialmente quando vemos safras muito boas, recuperação dos preços das commodities agrícolas e o dólar alto. O agronegócio tem gerados bons resultados que, infelizmente, não têm refletido no comércio de máquinas".
Previsões
Em sua primeira coletiva de balanço mensal da Anfavea, Megale manteve as previsões da gestão anterior, mas afirmou que no próximo encontro novos números deverão ser apresentados. "Estamos trabalhando na formulação de novas previsões, mas entendemos a volatilidade do cenário politico e naturalmente o reflexo disso na economia. Estamos sendo prudentes e faremos uma análise mais aprofundada para poder trazer novas previsões de forma consolidada. Na próxima reunião, traremos novas perspectivas de como será esse mercado", disse.
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