A venda de alimentos orgânicos tem aumentado o lucro dos produtores rurais que investem nas técnicas de manejo de uma produção 100% livre de produtos químicos, no Espírito Santo. O cultivo de produtos orgânicos também é associado à saúde, a melhoria da qualidade de vida e de preservação dos recursos naturais.
Só no Espírito Santo já são 300 produtores certificados e 12 feiras de produtos orgânicos, segundo dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Expansão Rural (Incaper).
Outros 300 produtores estão em processo de transição para a agriculturaorgânica, onde técnicas de manejo específicas permitem uma produção 100% livre de produtos químicos.
Roberto Bueno é um deles. Ele produz folhosas e legumes, e costumava usar agrotóxicos em todas as etapas da produção. Hoje, tem orgulho de dizer que sua produção é praticamente isenta de defensivos agrícolas.
“No almoço, temos repolho, inhame, brócolis, alface, baroa e milho. Tudo produzido sem agrotóxicos”, disse.
Além do consumo, Roberto também vende seus produtos na feirinha de Marechal Floriano, onde vive com sua família, e está nos seus planos expandir sua produção e se registrar como produtor orgânico.
Quando decidiu pela mudança, Roberto afirmou que estava pensando não só no consumidor, “que está ingerindo veneno”, mas também no produtor, que tem o primeiro contato com o produto químico.
Enquanto isso, ele afirma que, com alternativas de defensivos biológicos, os alimentos podem ser colhidos e consumidos depois de apenas três horas sem danos para a saúde.
Segundo o agricultor, mudar para a agricultura orgânica foi vantajoso até mesmo financeiramente, uma vez que os agrotóxicos costumam custar caro e precisam ser usados com uma frequência muito alta.
Os preços na feira, porém, não aumentaram. “Muitos ainda são resistentes. Veem um buraquinho na folha de alface, por exemplo, e não querem comprar”. Mas existe o outro lado, “existem aqueles que sabem que isso significa que o produto não tem agrotóxicos e, por isso, é mais saudável”.
Para os produtores orgânicos certificados que vendem para supermercados, o lucro é ainda maior, porque podem vender seus produtos por um preço mais alto, além de economizarem na produção, como explica Jacimar Luis de Souza, pesquisador do Incaper e doutor em agroecologia.
Segundo ele, no geral, a produção de hortaliças orgânicas é 8% mais barata do que a convencional e é viável em pequenos e grandes cultivos. “No Brasil mesmo, temos exemplos de produções orgânicas de milhares de hectares”, explicou.
G1