Venda de agrotóxico cresce 25% em 2007

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Puxada pela agroenergia e pela expansão de área dos grãos e dos canaviais, a indústria de defensivos agrícolas encerrará o ano de 2007 com um expressivo crescimento de 25% no faturamento. O resultado é reflexo também de uma maior incorporação de tecnologia, por exemplo, em culturas como o milho. Essas mudanças de patamares farão com que o avanço em percentual seja menor em 2008, segundo Laércio Giampani, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). O crescimento esperado é de 8% a 10%.


 


“Contamos com uma manutenção dos preços internacionais das commodities, uma produção recorde no Brasil, mas também com os mesmos problemas de infra-estrutura de 2004, quando o País colheu uma super-safra”, diz o presidente da entidade.


 


Até outubro deste ano, o setor vendeu R$ 7,7 milhões em defensivos, 26,5% mais que em igual período de 2006. Os herbicidas, produto carro-chefe do setor, apresentaram vendas 23,5% mais altas em R$ 3,3 milhões. A grande alavanca desse produto foi a cana-de-açúcar, segundo Giampani, que este ano teve crescimento acentuado de área.


 


Em seguida, estão a soja e o milho, também com expansão de plantio e incremento de tecnologia, ou seja, consumo de mais defensivos por hectare. “O aumento das demandas da cana e dos grãos foi suficiente para mitigar o impacto da maior área de soja transgênica na venda de herbicidas”.


 


Os fungicidas, cujo foco é a cultura da soja no combate à ferrugem, foram, em percentuais, o item de maior incremento de vendas. Foram R$ 1,7 milhão até outubro, 32% maior que o realizado no mesmo período de 2006. Giampani explica que, apesar de avanços no combate à doença, desde que ela surgiu, em 2004, até agora, o número de aplicações na lavoura continua crescente.


 


O consumo de inseticidas até outubro também aumentou, puxado pelas culturas tradicionais demandantes, como soja, milho e algodão. As vendas foram de R$ 2,3 milhões, 28% mais que nos dez meses de 2006. A expectativa é que as estatísticas mostrem incremento ainda maior até o fim do ano, puxado por consumo antecipado nas culturas de grãos. “Já temos na safra 2007/08 o aparecimento severo e antecipado de pragas nas culturas do milho e da soja”, conta.


 


Com exceção do glifosato, todos os outros defensivos agrícolas tiveram estabilidade ou redução de preço em 2007, cenário que não deve se manter em 2008. O executivo do Sindag explica que a razão principal está nos preços das matérias-primas, mais altas por serem derivadas de petróleo. “O cenário é de alta”, avisa Giampani. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o herbicida utilizado para a pós-emergência de folha larga, por exemplo, ficou em Mato Grosso e em Goiás 20% mais barato que na safra anterior. Já as altas do glifosato o valor pago por agricultores do Centro-Oeste foi 40,2% mais alto.


 


 


Gazeta Mercantil

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