A Comissão Européia não continuará indefinidamente a aceitar lacunas e deficiências no sistema de controle sanitário da carne bovina exportada pelo Brasil para o mercado europeu. Mas tampouco proibirá o produto por pressão de interesses puramente econômicos.
Essa será a mensagem que o comissário de saúde e proteção do consumidor da União Européia, Markos Kyprianou, dará ao Parlamento Europeu, na semana que vem, e ao ministro brasileiro da agricultura na semana seguinte em Bruxelas.
Kyprianou provavelmente passará por um momento difícil no próximo dia 9 no debate no Parlamento Europeu, onde irlandeses e britânicos pedem sem cessar a proibição total da carne bovina brasileira, alegando que o produto brasileiro seria de má qualidade e impróprio para alimentação.
O comissário deverá voltar a fazer a defesa da carne brasileira, como já fez em 26 páginas enviadas ao próprio parlamento no primeiro semestre. Mas a pressão da Comissão Européia aumentou sobre o Brasil, para garantir a melhora nos controles sanitários, para que a missão européia que visita o país no mês que vem possa depois demonstrar isso quando retornar a Bruxelas.
Kyprianou insistirá que assume “total responsabilidade” sobre a importação da carne do Brasil, e que toma suas decisões com base em elementos de “saúde pública e animal”, não em “considerações comerciais ou econômicas”.
Mas ele quer ouvir garantias por parte do ministro brasileiro, no dia 16, na reunião que ambos terão em Bruxelas. “Desta vez a missão técnica veterinária será reforçada, e dependendo do resultado, a autorização para entrada da carne brasileira será questionada”, afirma fonte.
Valor Econômico