A primeira experiência prática com a metodologia Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA) deixou os técnicos de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) do Espírito Santo entusiasmados. O treinamento piloto aconteceu entre os dias 4 e 6 de abril, na cidade de Ibitirama (Espírito Santo), e as atividades práticas foram realizadas com os dados coletados de 16 propriedades produtoras de café na região sul do estado.
Desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a ferramenta permite a avaliação, o diagnóstico e o monitoramento da sustentabilidade da propriedade através dos índices que são gerados. A metodologia vem sendo tema de capacitações dos técnicos do SENAR que participam da ATeG desde o final do ano passado e deverá ser aplicada em todos os estados onde a entidade oferecerá o serviço.
Depois de uma rápida apresentação teórica realizada pelo coordenador de projetos do SENAR Alexandre Gessi, os 16 técnicos que participaram do treinamento realizaram uma atividade prática para testar o ISA. Segundo ele, a ferramenta faz um mapeamento dos pontos onde a propriedade pode ser melhorada e permite uma visão mais ampla da atividade, considerando aspectos ambientais, técnicos e econômicos.
“A aceitação foi impressionante. A facilidade e a velocidade de uso da ferramenta surpreenderam a todos. Ela segue uma lógica e que pode ser utilizada, em grande parte, a partir da observação do técnico. Eles também perceberam que os indicadores apresentados pelo programa podem contribuir muito no convencimento dos produtores”, destaca Gessi.
O coordenador de ATeG do SENAR, Matheus Ferreira, observa que o ISA é um complemento à metodologia desenvolvida pelo SENAR com uma abordagem mais focada na parte ambiental. Outra vantagem dos indicadores é que eles podem gerar subsídio para o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), e, se for necessário, no Programa de Regularização Ambiental (PRA).
“Instituições internacionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial buscam investir em programas que valorizem a sustentabilidade ambiental. Com iniciativas como essa, não ficamos apenas no discurso. O ISA ranqueia as propriedades, oferece um plano de adequação e incentiva a fazer melhorias”, ressalta.
Cafés especiais
O sul do Espírito Santo é conhecido pela tradição na atividade cafeeira, mas os produtores da região também querem ser reconhecidos pela produção de cafés especiais. Para alcançar essa diferenciação e, consequentemente, uma maior valorização do produto, os índices apontados pelo ISA poderão ser decisivos.
“A parte ambiental é fundamental para conseguir a certificação como cafés especiais. A ferramenta permite isso e poderá contribuir para um ganho a mais dos produtores”, analisa a coordenadora de ATeG no Espírito Santo, Cristiane Veronesi.
Ela revela que o retorno da equipe sobre o ISA tem sido muito positivo e que a metodologia vai contribuir para a ATeG do SENAR, que está baseada principalmente em critérios técnicos e de gestão da propriedade.
“Um técnico me falou que a ferramenta veio para ele se empolgar ainda mais e que ampliou a sua visão do nosso programa. Ouvir isso foi muito prazeroso para mim. Só temos a crescer com o ISA. Com esses indicadores, a ATeG do SENAR vai ficar mais rica”, acredita.
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