O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, aproveitou o anúncio da retomada das exportações de carnes à Rússia, após dois anos de embargo, para alfinetar seus antecessores pela demora em derrubar a restrição.
Em duas ocasiões, ele apontou estratégias equivocadas e criticou a falta de decisão para reabrir um dos mais importantes mercados consumidores da carne brasileira.
“Faltava decisão, atitude, trabalho e ação”, declarou. “Nosso problema era adotar ações, que simplesmente não eram tomadas. Não é problema de pessoal nem de recursos. É de sistemas, métodos e ações”, afirmou o ministro.
No posto desde março deste ano, Stephanes substituiu o atual vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes Pinto. Os focos de aftosa eclodiram em outubro de 2005, na gestão Roberto Rodrigues.
“O Brasil contestava as exigências e o setor privado discordava da Rússia. Nós resolvemos cumprir as exigências. Vamos fazer a quarta viagem à Rússia em seis meses, mostrando a importância desse mercado, para superar as divergências”. Questionado sobre eventual “má gestão” de seus antecessores, o ministro reagiu: “Não vou responder nem há necessidade de responder.”
O ministro também elogiou as ações do ministério para atender às exigências da UE, sobretudo na melhoria do sistema de rastreamento de bovinos (Sisbov). Segundo ele, as alterações anunciadas na semana passada, inclusive a unificação do comando na Secretaria de Defesa Agropecuária, “resolveu em grande parte os problemas de controle”. E emendou: “Possivelmente, estaremos no caminho para resolver as questões com a União Européia”.
Valor Econômico