A lama, que veio pela água do Rio Doce depois do rompimento das barragens da mineradora Samarco em Mariana (MG), chegou ao município de Linhares na última sexta-feira (20). A preocupação de toda sociedade com os prejuízos ambientais e sociais deste evento ocorrido está mobilizando diversas ações para tentar conter a lama e minimizar os impactos no leito do rio em Linhares e na foz no distrito de Regência.
Com o intuito de preservar as espécies aquáticas existentes no Rio Doce, que estão morrendo devido a lama, o Sindicato Rural de Linhares propôs que a empresa Samarco invista na construção de laboratório para a produção de alevinos e juvenis das espécies nativas existentes no Rio Doce para produzir e repovoar as lagoas locais, corpos d’água naturais para manutenção das espécies. “Podemos sofrer um impacto irreversível neste sentido. Precisamos agir agora para preservar essas espécies e não prejudicar ainda mais o futuro da região”, destacou Antonio Roberte Bourguignon, presidente do Sindicato Rural de Linhares, citando como exemplo os peixes robalo, tucunaré, piaba, cascudo, bagres, dourado, carapeba e piau açu.
No documento encaminhado à Comissão das Águas de Linhares (CAL) que está coordenando uma ação de enfrentamento da situação composta por várias entidades, entre elas o Sindicato Rural, a entidade solicita ainda que a mineradora construa barragens para o controle de nível das lagoas altas de Linhares. “Temos a Lagoa Juparanã, Lagoa das Palmas e Lagoa de Terra Alta, que recebem águas poluídas do Rio Doce quando há fortes enchentes. É importante fazer esse controle de nível para não correr o risco futuro de uma poluição com as substâncias presentes na água do rio em nossas lagoas de Linhares. Como exemplo deste trabalho podemos citar o caso da barragem da Lagoa Nova que já está em fase final de construção”, afirma Antonio Roberte.
Redação Campo Vivo