Secretários duvidam que vistoria chegue a 100%

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Os secretários de agricultura dos seis Estados brasileiros que exportam carne bovina para a União Européia reclamaram do rigor nas exigências impostas pelo mercado europeu e dizem que não há tempo hábil para revisar a auditoria da maioria das fazendas reprovadas na primeira relação enviada à UE.


A ordem para a revisão partiu do Ministério da Agricultura. O prazo para a entrega da documentação ao governo federal vence no dia 11.


Goiás radicalizou e disse que não irá rever o levantamento feito em janeiro.”Se não pudermos incluir todas as 770 propriedades regulares, ficaremos sem nenhuma exportando para a União Européia”, disse o secretário Leonardo Veloso.


Para o Rio Grande do Sul, esse trabalho cabe ao ministério. Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina vão tentar corrigir as inconsistências, mesmo sem acreditar que seja possível fiscalizar todas as fazendas.


O prazo inicial de 17 dias estipulado pela União Européia para vistoriar as propriedades também foi alvo de reclamações. “Imagine o que é percorrer todas as propriedades e vistoriar todo o gado de um Estado do tamanho do nosso. Os europeus não levaram isso em conta”, afirmou o secretário de Mato Grosso, Egon Weirich.


A União Européia informou que vai cadastrar apenas 300 propriedades brasileiras para atender seu mercado. O secretário do Espírito Santo, César Colnago, diz que essa quantidade é insuficiente. “Não tem como atender aquele mercado com 300 ou 600 fazendas. Precisa de muito mais”, afirmou.


O secretário do Rio Grande do Sul, João Carlos Machado, atribui a restrição imposta pela União Européia à “concorrência” que o Brasil estabelece.


“Há uma campanha muito grande dos países da Europa contra a nossa carne porque o custo de produção deles é muito mais alto”, disse.


Na próxima semana, representantes do ministério se reúnem com autoridades européias, em Bruxelas (Bélgica), para enviar a lista atualizada com as fazendas que atendem as exigências. Até ontem, havia 683 propriedades na relação.


Para o dia 25, está prevista a visita de inspetores da União Européia a propriedades brasileiras. Eles ficarão 14 dias no país e só depois dessa análise definirão de quem importarão a carne bovina.


Folha de São Paulo

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