Em Minas Gerais, a seca continua prejudicando os cafezais. Em Patrocínio, na região do cerrado, a próxima safra está comprometida.
O cafezal do agricultor Francisco Campos, que já foi orgulho de produtividade, com média de 70 sacas por hectare, agora sofre com a seca. Dos 420 hectares que ele tem em Presidente Olegário, no Alto Paranaíba, apenas 30% estão sendo irrigados.
O agricultor não quer gastar com o restante porque acredita que a produção já foi perdida. “Já é irrecuperável o que ia dar. Já não vai dar mais o que a gente teria hoje de café se tivesse chovido igual ao ano passado em setembro”, diz ele.
De acordo com o Caccer, o Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado, que representa 55 municípios produtores de café em Minas Gerais, a falta de chuva já comprometeu a próxima safra. Dos 4,5 milhões de sacas previstos para serem colhidos, a produção não deve chegar a 4 milhões. “A gente já está na faixa de 10% a 20% de perda, de uma maneira geral, em todas as lavouras”, calcula o diretor do Caccer, Agnaldo de Lima.
Uma demonstração da perda é a florada que aconteceu em boa parte dos cafezais da região por conta da chuva que caiu há cerca de 15 dias. O volume não foi suficiente e as flores não vingaram. “Isso só estimulou o início da abertura das flores. Ela não fecundou como quando é uma chuva normal, de 30 milímetros, que o café exige para a florada”, explica o agrônomo Dalson Alvarenga.
Globo Rural