A safra de café do Brasil, o maior produtor e exportador mundial do produto, deverá ultrapassar uma projeção do governo este ano, uma vez que o maior volume de chuvas e de utilização de fertilizantes fortaleceu os pés, disse um alto funcionário do Ministério da Agricultura.
A safra deverá ultrapassar a projeção do governo de 41,3 milhões a 44,2 milhões de sacas, formulada a 8 de janeiro, disse Eledon de Oliveira, diretor de avaliação de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), filiada ao ministério. A próxima estimativa oficial não sairá antes de abril.
“O clima foi bom em janeiro e as chuvas estão contribuindo para fortalecer os pés”, disse Oliveira em entrevista concedida ontem em Brasília. “Além disso, os investimentos em tratamento do solo foram muito mais elevados do que em outros anos”.
Nas duas últimas semanas as regiões de plantio de café receberam precipitações que poderão persistir até o final de março e obrigar o governo a aumentar sua estimativa da safra de café em abril, disse Oliveira.
“Vai depender muito do comportamento do clima”, disse Oliveira, que pesquisa safras há três décadas em todo o Brasil e analisa dados agrícolas do ministério.
Comercialização
Levantamento realizado pela empresa de consultoria Safras & Mercado indica que a comercialização da safra de café 2007/08 do Brasil (que se iniciou em julho e terminará em junho próximo) já alcança 68% do seu total. O estudo foi feito com base em informações colhidas até 31 de dezembro. O ritmo dos negócios com a commodity está acima do que ocorreu em igual período de 2006, quando apenas 61% da safra 2006/07 estava comercializada. O mês de novembro havia encerrado com comercialização de 64% da safra.
Esses dados indicam que já foram comercializadas 25,41 milhões de sacas, tomando-se por base a estimativa de Safras & Mercado, de uma safra 2007/08 de café brasileira em que foram produzidas 37,1 milhões de sacas.
Gazeta Mercantil