O cafeicultor Luiz Hafers, que está à frente da coordenação da diretoria de café na Sociedade Rural Brasileira (SRB), deverá voltar a se reunir nesta semana com lideranças do segmento para discutir os rumos o setor.
Hafers deu início, em agosto passado, a uma rodada de negociações para repensar o mercado de café nos próximos dez anos. Na primeira reunião, os representantes da cadeia se comprometeram a levantar propostas para dar prosseguimento às discussões envolvendo o futuro do setor.
As indústrias de café solúvel, representadas pela Abics, as de torrado e moído, capitaneadas pela Abic, além da cooperativa de Guaxupé, a maior do país, e a BSCA, que reúne os produtores de café especiais, participam dos debates promovidos por Hafers.
Segundo o veterano cafeicultor, a idéia é buscar as informações necessárias para orientar o produtor nas decisões a respeito do rumo de seus negócios. Entre as propostas, estão investimentos na eficiência e qualidade do café e a busca pela maior competitividade do setor.
Hafers lembra que o café teve um longo reinado no país como principal atividade econômica. Contudo, no início dos anos 90, a cultura cafeeira passou por uma crise de preços. Nesse período, os estoques nas mãos do governo foram se esvaindo.
Por conta da importância dessa cadeia, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) quer manter ativa as discussões com seus representantes. É consenso entre os representantes do setor que num mercado livre o cafeicultor tradicional, o chamado fazendeiro médio, tem grandes dificuldades para se manter competitivo, por conta do “custo Brasil, levando-se em consideração a complexa legislação trabalhista e ambiental do país”. Os cafeicultores do país também têm como forte concorrentes outros países produtores, como Vietnã, que pressionam o mercado com grandes volumes de produção do grão.
Valor Econômico