Reunião sobre seca é adiada e frustra Norte de Minas

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Mesmo depois da determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a reunião interministerial que discutiria a seca no Norte de Minas, prevista para ontem, foi adiada para a terça-feira da semana que vem. Segundo o deputado federal Humberto Souto (PPS-MG), o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, alegou que seria inviável organizar para ontem uma reunião com representantes de quatro ministérios (Integração Nacional, Desenvolvimento Social, Agricultura e Desenvolvimento Agrário) e do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).


 


A reunião havia sido convocada por Lula depois do encontro, anteontem, com prefeitos da região, parlamentares mineiros e representantes do Governo estadual. O encontro não estava agendado e aconteceu depois de reunião da comitiva com o vice-presidente José Alencar. Sensibilizado com o documento entregue pelas lideranças, que retratava a situação de calamidade no Norte de Minas, Alencar contatou Lula, que aceitou receber o grupo. O presidente resolveu convocar uma reunião interministerial e determinou que fossem desenvolvidas ações articuladas com o Governo estadual e as prefeituras para atender as demandas.


 


Calamidade


Em reunião com deputados mineiros, Geddel Vieira Lima prometeu atender a reivindicação dos prefeitos para que o Governo federal decrete estado de calamidade nos municípios mineiros da área da Sudene, que abrange o Norte de Minas e os vales do Jequitinhonha, do Mucuri e São Mateus. A medida facilitaria a liberação de recursos e impediria a cobranças de dívidas rurais pelos bancos oficiais.


 


Além disso, o ministro pediu a José Alencar que interceda junto a Lula para a edição de uma medida provisória para o repasse de dinheiro à região. Geddel, então, ligou para o vice-presidente sugerindo a edição de uma MP. Alencar se comprometeu a conversar com Lula sobre o assunto. No encontro, Geddel chamou o secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Costa Guimarães, e pediu a decretação do estado de calamidade na região. Com isso, os bancos mudam de procedimento e suspendem a execução das dívidas. Os agricultores estão endividados, principalmente os pequenos produtores, por causa da seca e da morte do gado. A situação é dramática, afirmou Humberto Souto.


 


Documento


No documento entregue ao presidente, assinado pelo prefeito de Montes Claros, Athos Avelino (PPS), e pelo presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amans), Walmir Morais de Sá, os prefeitos solicitam 11 ações, tais como: a suspensão das dívidas rurais vencidas e vincendas; recursos para recomposição das pastagens; financiamento de patrulhas mecanizadas; programa para retenção de matrizes e crias; abertura de frentes de serviços para trabalhadores rurais; adoção de uma bolsa de R$ 350,00 para 350 famílias em cada um dos 92 municípios de abrangência da Amans; decretação de estado de calamidade em todos os municípios do Norte de Minas; programas de mecanização agrícola e de aquisição de sementes de milho, feijão e sorgo; e linhas de créditos para aquisição de rações e concentrados para alimentação animal.


 


Hoje em Dia – MG


 

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