A “retomada imediata” dos embarques de carnes bovina e suína do Brasil para a Rússia, anunciada na sexta-feira pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, corre o risco de não ser tão imediata assim.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Inácio Kroetz, a retomada dependerá do status sanitário de cada unidade industrial à época da declaração do embargo – que foi imposto no fim de 2005 depois da descoberta de casos de febre aftosa em bovinos no Mato Grosso do Sul e no Paraná.
Kroetz esclareceu que as plantas que até então eram habilitadas para vender o produto aos russos terão de atender aos novos requisitos de embalagem individual das peças com etiquetas de origem, envio das cargas diretamente da indústria aos entrepostos nos portos e emissão do certificado sanitário internacional em papel-moeda.
Para estas unidades, o secretário de Defesa Agropecuária informou que será necessária a realização de uma nova auditoria do ministério para confirmar o cumprimento das medidas. “Temos que verificar se está havendo o atendimento dessas exigências”, afirmou, por telefone, de Pequim, onde está negociando um acordo bilateral sanitário com a China para a venda de carnes bovina, suína e de frango.
A habilitação de novas plantas, que ainda não exportavam para a Rússia à época do embargo, dependerá de uma auditoria conjunta composta por especialistas brasileiros e russos. Nesse caso, informou Kroetz, as autorizações para exportar devem ficar para 2008.
Para acertar os detalhes da reabertura do mercado russo, o secretário brasileiro deverá ter, em Moscou, uma reunião final nesta semana com o chefe do Serviço de Sanidade Animal e Vegetal da Rússia, Sergei Dankvert. Kroetz afirmou que ainda não há uma decisão sobre a necessidade da visita de uma missão veterinária russa ao Brasil antes da retomada acordo. “Em princípio, não vejo necessidade de nova missão. Mas vamos decidir isso na reunião desta semana”.
Valor Econômico