Depois de avaliar 2007 como um ano muito difícil, por causa das incidência da febre aftosa, pelos baixos preços do boi gordo e as grandes dificuldades na agricultura, a secretária da Produção e do Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, aposta em um 2008 bem melhor. “A pecuária entra o ano com novas perspectivas. O boi a R$ 50 acabou. No próximo ano, acredito que o boi vai estar acima dos R$ 60 e abaixo dos R$ 70, com mais estabilidade nos preços”, avaliou a secretária.
No entanto, concordou com o Correio Rural quando questionada se não está havendo acomodação demais dos pecuaristas na questão das exigências do mercado internacional, especialmente sobre a rastreabilidade. “A nossa pecuária já está amadurecida, mas são necessários investimentos”, disse, reconhecendo que é preciso haver mais rapidez e empenho na questão da rastreabilidade, lembrando que o governo do Estado está com propostas nessa área. E o objetivo é de ajudar o setor a se modernizar também nessa área, que é crucial em se tratando de exportação de carne para os principais mercados do mundo.
Tereza Cristina, ao fazer um balanço do ano de 2007, também destacou o fim do problema da febre aftosa, e reconheceu: “o Governo não pode baixar a guarda na questão da sanidade”, e se referia não apenas à febre aftosa, mas a outros problemas graves que podem afetar, por exemplo, a avicultura.
Está muito claro – e a secretária também falou sobre isso – que os pecuaristas precisam se informar mais, se reunir, conversar com toda a cadeia da carne, e buscar soluções e modernidade. “As indústrias frigoríficas estão chegando ou se expandindo, se modernizando. Agora vamos ter uma das indústrias agregando mais valor, produzindo alimentos semiprontos para as donas de casa. E frente a toda essa novidade, essa mudança, o setor precisa discutir vários aspectos”, lembrou Tereza Cristina.
Citou como exemplos a serem discutidos: como ter um boi pronto mais rápido quais caminhos a seguir na gestão da atividade que tipo de integração diferente se deve incentivar e fazer em Mato Grosso do Sul e, principalmente, um ponto: “é preciso mudar a forma de comercialização do produto da pecuária, o boi, precisamos ter novas opções e caminhos que garantam uma lucratividade maior e mais estável a todos os elos da cadeia da carne”, não a apenas alguns.
Também destacou a necessidade de o pecuarista saber o custo do seu produto. Segundo ela, muitos produtores não têm essas informações, que são necessárias para uma gestão mais eficiente de forma que o produtor não perca renda.
Salientou que nosso produto da pecuária é muito bom e o mercado sabe muito bem disso. “Recebemos a visita de diversas missões estrangeiras. Eles vêm para cá porque conhecem a capacidade da nossa pecuária e a qualidade do nosso gado”, esclareceu. E nesse aspecto também colocou na mesa para debate outro assunto: vale a pena exportar para a União Européia? Ela disse que, particularmente, acredita que sim, mas salientou que existem muitos aspectos a serem analisados e o setor precisa, no ano de 2008, sentar à mesa e discutir isso com todos os seus representantes.
E encerrou sua análise do segmento pecuário enfatizando que “para o ano que vem, o grande desafio é resolver de uma vez por todas a questão da rastreabilidade”.
Correio do Estado