A deputada Raquel Lessa (SD) usou seu tempo como liderança partidária para destacar a situação calamitosa em que se encontram os produtores rurais do Espírito Santo. De acordo com ela, a crise hídrica pela qual passa o Estado, associada com a crise financeira em âmbito nacional, teve um efeito devastador para a produção rural e esse impacto vem atingindo outros setores, como o comércio.
“Conversei com vários produtores de São Gabriel da Palha, Marilândia, Vila Pavão e outros. Eles estão desesperados com a crise hídrica. Agora começa a faltar até para consumo humano. As lavouras já estão no prejuízo. Tem agricultor secando nove sacas de café para dar uma pilada. Eles precisam de um olhar diferente, de socorro”, afirmou.
A deputada, oriunda do Noroeste do Estado, lembrou que aquela região é eminentemente agrícola e que prejuízos na agricultura afetam os demais segmentos. “Estamos vendo muitas placas de vende-se, aluga-se, pois é uma cadeia. Estamos preocupados com os comerciantes”, pontuou.
Ela ainda ressaltou que um ponto desesperador para os agricultores é que ao final dessa colheita eles vão ter que sobreviver até a próxima, mas sem crédito e financiamento haverá grande comprometimento para a safra de 2017 porque os bancos não vão liberar crédito em virtude do não pagamento das dívidas.
“Precisamos nos unir e pedir ajuda para nossa bancada federal. Fizemos um belo levantamento na Comissão de Agricultura e levamos para Brasília, mostramos a realidade de nosso Estado. A agricultura é o carro-chefe do Espírito Santo e nossos agricultores estão precisando de ajuda”, frisou.
O deputado José Esmeraldo (PMDB) pediu um aparte para registrar uma situação que presenciou em Nova Venécia. “Não existe água, os rios secaram. É preciso tomar uma providência, com barragens a gente pelo menos recolhe a água e quebra um galho. Em Nova Venécia eu vi o gado morrendo. O produtor disse que antes havia um riacho mas que ele secou e não tinha condições de manter o gado vivo”, relatou.
Enivaldo dos Anjos (PSD), que presidia a Casa no momento, sugeriu a coleta de assinaturas para a formação de um abaixo-assinado para ser enviado ao Governo do Estado sugerindo a decretação de calamidade pública. Para o parlamentar, essa é a única alternativa para viabilizar a renegociação das dívidas dos agricultores. Raquel concordou com a proposta e disse que ela seria discutida no colegiado de Agricultura.
Gleyson Tete/Web Ales