O clima seco, aliado às ações humanas, tem provocado a incidência de diversas queimadas no Espírito Santo. Esta semana, no município de Marilândia, um incêndio que teve início em uma propriedade rural do Distrito de Sapucaia, na segunda-feira (29), atingiu aproximadamente 80 hectares em local de difícil acesso e ainda não foi totalmente controlado.
Segundo o técnico do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Ademir Venturini, a queimada foi provocada pelo proprietário da área atingida, que colocou fogo em montes de folhas e galhos de café e não conseguiu controlar as chamas. Além da propriedade, áreas vizinhas também foram prejudicadas.
Ademir Venturini destaca que a queimada em Marilândia atingiu vegetação em estágio inicial, médio e avançado, além de áreas de reserva legal – área de vegetação nativa, registrada em cartório, em que não é permitido o corte e a supressão – e de preservação permanente, na qual a supressão total ou parcial da vegetação natural só é permitida mediante prévia autorização do Poder Executivo.
Autuação
Os técnicos do Idaf estiveram novamente no local nesta quinta (01) e apuraram que o incêndio atingiu 25 hectares da propriedade de origem e mais cinco propriedades vizinhas, totalizando aproximadamente 80 hectares. O proprietário foi autuado pelo Idaf e terá que recuperar as áreas de reserva legal e preservação permanente que foram atingidas.
É proibida por lei a utilização do fogo na zona rural sem a autorização do Idaf. De 1º de maio a 31 de outubro, o Idaf suspende as autorizações, devido à baixa umidade relativa do ar e às altas temperaturas, que facilitam o alastramento das chamas. O objetivo é diminuir a possibilidade de incêndios florestais. O proprietário não tinha nenhum tipo de autorização para utilizar o fogo na propriedade.
Segundo o chefe do Departamento de Recursos Naturais e Renováveis do Idaf, Robson de Almeida Britto, mesmo com o término do prazo, previsto em lei, para a proibição das autorizações de queima controlada – técnica utilizada para conduzir o fogo dentro de limites pré-estabelecidos de intensidade – os técnicos do Idaf estão sendo orientados a ter muita cautela na emissão das autorizações, pois o clima está muito seco, o que favorece as queimadas.
Idaf orienta quanto ao risco de incêndios florestais
Os motivos para a ocorrência de uma queimada podem ser variados: as queimadas agrícolas; o comportamento de motoristas e pedestres que lançam pontas de cigarros e garrafas na beira das estradas; e o clima seco, sem chuvas e de umidade baixa.
É importante ressaltar que o uso do fogo de forma irregular, em qualquer época do ano, é crime e está passível às penalidades previstas na lei. Tanto a autorização para o uso da queima controlada, quanto a fiscalização, são responsabilidades do Idaf.
As queimadas trazem uma série de malefícios, como prejuízos à fertilidade do solo e a destruição da biodiversidade, recursos hídricos e fragmentos florestais.
Para evitar o alastramento de incêndios, o Idaf orienta o uso da queima somente com autorização e utilizando aceiros – barreiras que impedem a propagação das chamas.
Além disso, não se deve jogar pontas de cigarro acesas e vidros próximos a qualquer tipo de vegetação, nem colocar fogo em montes de folhas e acender fogueiras nesta época de seca.
Assessoria de Comunicação / Idaf