Produtores são orientados sobre enxertia de cacau em Guarapari

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O município de Guarapari sempre foi produtor de cacau, porém de forma secundária e sem objetivos comerciais, principalmente no sub-bosque da seringueira. Mas, com a melhoria dos preços do cacau nos últimos anos, surgiu a necessidade de um melhor tratamento e conhecimento do potencial da cultura no município. Por isso, nesta quarta (02) e quinta-feira (03) mais de 20 agricultores e viveiristas foram capacitados com o objetivo de melhorar a qualidade das mudas e reduzir os custos de produção.

A capacitação foi promovida por instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), juntamente com o Incaper e com o apoio do Sindicato Rural de Guarapari. 

Segundo o extensionista do ELDR do Incaper em Guarapari José Antônio Pereira do Nascimento, o município tem um parque cacaueiro de aproximadamente 150 hectares, e os agricultores estão plantando cada vez mais, o que visualiza uma futura liderança da cultura, na Região Centro-Sul. “As lavouras do município são antigas e bastante vulneráveis, e a enxertia traz, além da renovação, o melhoramento genético e maior tolerância às doenças”, completou o extensionista.

No primeiro momento do curso, os agricultores se inteiraram sobre a enxertia, que é processo usado para o melhoramento genético das lavouras, utilizando material de clones mais atualizados e competitivos no mercado devido à qualidade do fruto e o grau de sanidade das sementes – mais produtivas e mais resistentes, principalmente às doenças, especialmente a “podridão parda” e a “vassoura de bruxa”. 

Todos eles foram orientados quanto ao conhecimento dos melhores clones para a renovação das lavouras, além de conhecer os principais métodos de enxertia. “Eles também puderam ver de perto como se faz a coleta de material que deverá ser utilizado e todos os cuidados para com ele. Houve apresentação de vídeos sobre o tema e sobre como fazer a enxertia”, completou José Antônio.

O Senar também instruiu os agricultores usando galhos de cacaueiro extraídos da lavoura e trabalhados individualmente sem a utilização das plantas a serem enxertadas. Segundo José Antônio, “essa parte foi fundamental para que não se danifique as árvores, treinamento feito em galhos catados na lavoura”. Todo o treinamento foi realizado pelo grupo individualmente, utilizando galhos reais de cacaueiro coletados na lavoura.
“Para finalizar o ciclo de capacitações, concluímos esse curso sobre enxertia de cacau, para que o produtor possa gradativamente ir melhorando geneticamente a sua lavoura, com clones mais produtivos e tolerantes à vassoura de bruxa”, completou Cássio de Souza.

Este ano o Incaper já implantou quatro jardins clonais com três clones de variedades tolerantes à vassoura de bruxa e de alta produtividade, com 250 plantas cada, perfazendo 1000 mudas, distribuídas em Rio Claro e Indiviso, em Buenos Aires, área rural de Guarapari, cobrindo assim boa parte da região cacaueira, com o apoio da Ceplac e do Polo de Cacau em Sooretama.

Capacitação

Foi em 2011 que o Incaper começou um processo de capacitação dos agricultores sobre a cultura do cacau. Primeiramente com o apoio Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac); realizou cursos quanto à implantação e manejo de lavouras, controle de pragas e doenças, técnicas de podas dos cacaueiros, clones mais resistentes e mais produtivos e até um curso específico sobre a “vassoura de bruxa” (doença do cacaueiro). 

“Esse foi o nosso quinto curso e dessa vez a demanda ultrapassou mais de 70 pessoas, e já estamos planejando as próximas capacitações para 2016”, contou José Antônio. 

 

 

Tatiana Caus

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