Os produtores pinheirense ainda não começaram a colheita do café conilon. Presidente do Sindicato Rural, Francisco Antônio Martins dos Santos frisa que os cafeicultores estão na fase de preparativos para os trabalhos que devem começar no final deste mês, ou, mais tarde, no início de maio. Assim como em municípios vizinhos, a previsão é de uma quebra na produção em decorrência da severa estiagem.
Francisco explica que os produtores que têm equipamentos estão realizando a manutenção. Conforme disse, as máquinas mais encontradas são as recolhedoras, já que a mecanização automática ainda não é uma realidade entre os cafeicultores pinheirenses.
O presidente salienta que ainda não foi iniciada a contratação de pessoas para reforçar a mão-de-obra nas lavouras. “Grande parte dos produtores já tem uma mão-de-obra permanente, assalariada. Aumenta, é lógico, o fluxo. Pode ser que haja uma contratação a mais. Mas sempre grande parte dos produtores já tem sua mão de obra contratada” – detalha.
Quando é preciso reforçar o time de apanhadores, a mão de obra extra vem da Bahia, de Minas Gerais e de outros municípios capixabas, explica o sindicalista. Entretanto enfatiza que a maior concentração é de gente residente em Pinheiros. “Nós temos aqui um bairro, o Santo Antônio, que deve ter em torno de 6.000 trabalhadores rurais”, exemplifica.
Francisco frisa que a perspectiva da colheita do café, principal produto agrícola em Pinheiros, não é boa em função do déficit hídrico. “Ainda ontem eu estava calculando com um produtor o custo de produção. Ele estava falando que, se empatar, levantará a mão para o céu”.
O presidente do Sindicato Rural informa que a última boa colheita, com 450 mil sacas piladas, ocorreu há três anos. Ano passado, segundo ele, a quebra ficou em 30%. A estimativa dele para este ano é que a redução na produção pode ficar em torno de 70%.
Tribuna do Cricaré