Produção alta de leite na UE afeta recuperação de preços, diz Rabobank

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O crescimento da produção de leite na União Europeia, reflexo do fim do regime de cotas no bloco, deve afetar a recuperação dos preços internacionais de lácteos, de acordo com relatório do banco holandês Rabobank sobre o quarto trimestre deste ano. 

Conforme o estudo, os preços internacionais dos lácteos se estabilizaram no quarto trimestre deste ano, mas não mostraram sinais de recuperação. O crescimento da produção da matéria-prima desacelerou em regiões exportadoras de lácteos, mas não o suficiente para evitar um pequeno aumento no excedente exportável, segundo o relatório.

Para reduzir esse excedente num cenário de fracas importações da China e da Rússia, os exportadores tiveram de vender produtos em mercados que pagam menos, conforme a instituição.

Mas o banco espera que “travas” à produção de leite sejam postas em prática nas regiões exportadoras no primeiro semestre de 2016, embora de forma menos dramática e menos uniforme do que se imaginava há alguns meses. Isso porque a pressão nas margens na UE parece agora insuficiente para impedir o aumento da produção na região no primeiro semestre.

Ao mesmo tempo, diz o banco, preços mais baixos e alguma melhora na renda devem promover aumento nas compras em regiões deficitárias. Na análise do Rabobank, essa dinâmica irá levar a uma redução gradual dos estoques excedente no decorrer do primeiro semestre de 2016, e os estoques devem se aproximar de níveis normais em meados do ano.

Nesse cenário, afirma o banco, a recuperação deve ser adiada e a expectativa é de uma trajetória de preços mais fraca do que o esperado há alguns meses.

O banco destaca que a produção de leite na Europa — onde o regime de cotas chegou ao fim em abril deste ano — continua a crescer de forma expressiva. Nos sete meses desde o fim das cotas, as entregas de leite cresceram 2,5% na comparação anual (alta de 2,2 milhões de toneladas).

 
 
 
 
Valor Econômico
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