Produção agrícola sobe nos próximos três anos

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Os preços dos produtos agrícolas podem subir durante mais dois ou três anos – e o açúcar não-refinado (demerara) deve avançar 20% este ano por causa da demanda pelo produto destinado à fabricação de etanol, segundo o Commerzbank AG.


“Esse ciclo ainda é muito novo no momento. Ele não tem nem dois anos comparativamente aos de outros setores, como o de metais industriais, o de metais preciosos ou de energia”, disse Eugen Weinberg, analista do setor de commodities do Commerzbank em Frankfurt. – Nós estamos bem no começo do ciclo.


O preço do trigo dobrou no período de um ano, comparativamente à alta de 33% do Índice UBS Bloomberg de Commodities de Vencimento Constante, de 26 commodities, que inclui a platina e o petróleo bruto. O milho, o açúcar não-refinado e o algodão devem registrar as maiores altas este ano, enquanto o trigo poderá não subir muito à medida que os agricultores aumentem sua produção, de acordo com o analista.


Weinberg acredita que o preço do milho poderá superar os US$ 5 por bushel este ano, a partir dos aproximadamente US$ 4,66 praticados hoje, e o algodão pode subir para 80 centavos por libra até 2010, comparativamente aos 68 centavos.


“O açúcar não-refinado pode superar os 13 centavos até o final deste ano e subir mais 20 centavos nos próximos três anos”, declarou.


O analista acredita que os agricultores provavelmente migrarão parte de suas lavouras para o trigo e a soja este ano, o que vai gerar a redução na produção de milho e algodão. O trigo e a soja subiram mais de 75% no ano passado, o algodão avançou 21% e o milho registrou alta de 17%.


“A produção de milho este ano será menor do que a estimada e, portanto, prevejo preços mais elevados”, disse Weinberg.


A demanda por combustíveis alternativos devido à alta do preço do petróleo bruto, segundo o executivo, vai reforçar a alta do açúcar e do milho utilizados na fabricação de etanol. À medida que os consumidores da Ásia ingerirem mais carne, óleos e gorduras, será necessária uma quantidade maior de grãos para alimentar o gado bovino e suíno, e isto vai aumentar as pressões sobre a oferta destes produtos.


O algodão também se beneficiará da alta dos preços dos combustíveis, uma vez que as fabricantes de produtos têxteis migrarão do poliéster, fabricado a partir do petróleo, para produtos feitos com a fibra natural.


“Os custos de produção do poliéster estão subindo e, portanto, a demanda pela alternativa, que é o algodão, também está crescendo”, completou Weinberg.


Em relação ao cacau, o executivo estima que este produto avance para US$ 2.500 a tonelada até 2010, a partir dos cerca de US$ 2.100, em grande parte, pelo aumento da demanda por chocolate na Ásia.


Jornal do Brasil

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