Um levantamento feito entre os meses de setembro e outubro indica queda na produção agrícola capixaba para o ano de 2015. Os dados estão resumidos na quarta edição do Boletim da Conjuntura Agropecuária Capixaba, divulgado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). A queda reflete, entre outros fatores, os efeitos da estiagem que se prolongou durante o ano passado.
A projeção é feita a cada dois meses e a equipe do Incaper já está trabalhando na compilação dos dados do último levantamento para consolidar as informações referentes ao ano de 2015. A análise deve ser publicada na próxima edição do Boletim da Conjuntura Agropecuária Capixaba. A expectativa é de que a queda na produção agrícola no Espírito Santo se confirme também para o começo de 2016.
De maneira geral, os dados indicam queda tanto na produção quanto na área plantada de diversos produtos cultivados no Espírito Santo, como café, frutas e olerícolas. A exceção é a cultura da pimenta-do-reino que registrou aumento na safra, superando as expectativas. Os números de setembro e outubro de 2015 foram comparados ao mesmo período do ano anterior.
Veja os dados:
A cafeicultura, que responde por 37,6% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Capixaba (VBPA), é um dos setores mais impactados. A produção de café no Espírito Santo sofreu uma redução de 22,9%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a área colhida sofreu redução de apenas 0,2%.
A queda na produção também se confirma com relação aos produtos alimentares básicos. Os dados indicam redução de 34% na área colhida e 36,8% na produção de milho. No caso da mandioca, os levantamentos revelam diminuição de 9,6% na área colhida e de 12,3% na produção. De forma geral, a queda na produção foi estimada em 17,8%.
Com relação à fruticultura, o levantamento do IBGE aponta uma queda de 13,8% na produção, embora a área colhida tenha tido um aumento de 1,1%. Frutas como mamão, abacaxi, banana, tangerina e manga apresentaram pouco recuo na produção, apesar da previsão de aumento significativo de área plantada. No caso da lichia e do açaí, a estimativa é de que a produção, apesar de pequena, tenha um aumento significativo.
Na olericultura, o levantamento mostra expansão de 14,7% na área colhida. Apesar disso, a estimativa é de uma queda na produção de 2,1%. Os produtos que mais contribuíram para a melhora desse resultado foram o repolho, o chuchu, a salsa, a batata-inglesa, a couve-flor e a batata-doce.
Em contrapartida, a produção de pimenta-do-reino continua em alta. Na comparação com 2014, o aumento deve chegar a 82,3%. De acordo com o levantamento feito pelo Incaper, o preço médio anual recebido pelo produtor chegou a R$ 25,77 por quilo em 2015.
As informações do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) são obtidas por intermédio das Comissões Regionais de Estatísticas Agropecuárias (Corea) e consolidadas em nível estadual pelo Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA). Ressalta-se que as informações agrícolas mensais por município obtidas no LSPA são preliminares e de responsabilidade do GCEA-ES.
Para conferir o Boletim da Conjuntura Agropecuária Capixaba na íntegra, acesse: http://www.incaper.es.gov.br/sistemas/publicacoes.php/frontend/publicacoes/15
Juliana Esteves de Abreu, com informações de Edileuza Galeano e Vanessa Borges