Preços internos altos freiam as exportações

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Os preços internos mais altos que os da exportação frearam os negócios futuros de milho para o mercado externo. Apesar disso, o País já comercializou antecipadamente 2 milhões de toneladas. Neste mesmo período de 2007o volume era de 800 mil toneladas.


 


Atualmente as cotações do cereal estão mais remuneradas para o mercado interno que para a exportação. No porto de Paranaguá (PR) o milho é vendido a R$ 30 a saca (60 quilos), enquanto no interior do estado sai a R$ 32.


 


Paulo Molinari, analista da SAFRAS & Mercado, explica que os negócios antecipados foram realizados no “boom da demanda européia”, ou seja, entre agosto e setembro.


 


“De lá para cá parou porque os preços internos estão muito altos”, afirma. Apesar disso, ele acredita que após a entrada da SAFRA, os europeus voltem a demandar o produto brasileiro e, com isso, o País comercialize com o exterior 9 milhões de toneladas do cereal na SAFRA 2007/08. O volume é inferior ao projetado por algumas consultorias para a passada, de 11 milhões de toneladas. Isto porque o País foi pego com uma demanda extra da Europa, não esperada anteriormente.


 


Segundo o pesquisador Lucílio Alves, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), no Paraná 8% da SAFRA foi negociada antecipadamente. Ele acrescenta que quando convertido para reais, os preços negociados em novembro (US$ 193 a tonelada) ficaram abaixo dos praticados internamente, em cerca de R$ 20 a saca. Esta semana, em Campinas (SP), o grão estava avaliado em R$ 34 a saca.


 


Os negócios fechados antecipadamente ficaram em valores entre US$ 200 a US$ 240 a tonelada, acima do praticado antes da entrada da Europa, quando ficavam em torno de US$ 180 a tonelada.


 


O diretor da Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, diz que além de afetar as exportações futuras, os preços mais altos internamente já estão influenciando os embarques da SAFRA 2006/07. “A estimativa é de uma queda acentuada nos volumes de dezembro”, afirma. A analista Jacqueline Bierhals, da AgraFNP, acrescenta que houve desistência nos contratos de exportação e que os compradores europeus estão buscando milho nos Estados Unidos, que está mais barato que no Brasil. Diante deste quadro, os analistas afirmam que está difícil de prever a real exportação brasileira e, assim, o estoque de passagem (ver matéria abaixo).


 


Em novembro, o cereal chegou a acumular alta de mais de 15%. No entanto, neste mês as cotações estão em baixa de quase 2%. “Houve uma desaquecida porque muitas empresas entram em férias nesta época do ano”, diz Jacqueline.


 


Gazeta Mercantil


 


 

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