Preço do café atinge em março maior valor dos últimos 5 meses

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A Organização Internacional do Café (OIC) reconhece que a evolução do preço do grão tem sido mais influenciada pelo comportamento das demais commodities agrícolas do que pelos próprios fundamentos do mercado cafeeiro. A avaliação consta do relatório mensal divulgado nesta quarta-feira (20/4), pela entidade.
 
Em março, o preço médio composto calculado pela entidade subiu 5,4% e atingiu o maior valor desde outubro de 2015. Segundo a OIC, o preço indicativo composto calculado pela entidade terminou março em 117,83 centavos de dólar por libra-peso. 
 
Durante o mês, o indicador oscilou do piso de 109,37 centavos no começo do mês até 124,95 centavos no dia 22. Mesmo com a alta, o café segue com preço muito aquém da média de março do ano passado, de 127,04 centavos por libra-peso, diz a OIC.
 
A entidade ressalta no relatório que "é preciso lembrar que o mercado cafeeiro não funciona isoladamente". "Nos últimos três meses notou-se com clareza crescente que a evolução dos preços do café espelha a de outros produtos básicos agrícolas, por exemplo, açúcar e cacau", cita o documento que afirma que o preço do grão tem "sido apanhado pelo ciclo mais amplo da evolução dos preços dos produtos básicos". 
 
Além desse quadro mais amplo das commodities agrícolas, a OIC nota que os preços do café foram influenciados parcialmente pela "recuperação recente do crescimento da especulação quanto à oferta, em particular da Colômbia e outras regiões produtoras de robusta".
 
Apesar dessa citada recuperação colombiana e da marca de 7,3 milhões de sacas na primeira metade da safra 2015/16 no país vizinho, a entidade destaca que "crescem as preocupações com a possibilidade de uma queda de produção devido às secas trazidas pelo El Niño na segunda metade do ano e notícias sugerem que as secas poderão deixar os cafezais do país mais suscetíveis a ataques da broca". O clima também afeta Brasil e Vietnã. "Secas também estão afetando as expectativas quanto à oferta de café do Vietnã e do Espírito Santo no Brasil, e isso talvez ajude a sustentar os preços do robusta no futuro próximo", diz a entidade.
 
Exportações O relatório informa, ainda, que o volume total exportado em fevereiro de 2016 aumentou 1,7%, para 9,2 milhões de sacas. Entre os diversos grãos, os robustas tiveram queda de 8,9% e houve aumento de 8,1% dos embarques de arábicas. Com fevereiro, o total exportado nos cinco primeiros meses da safra 2015/16 (outubro a fevereiro) alcançou 45,2 milhões de sacas, volume 2% maior que no mesmo período do ano passado.
 
Entre os grandes produtores, a OIC destaca o Brasil que "manteve um fluxo intenso de exportações" com crescimento de 1,7% acima do ano passado. Entre os demais com aumento dos embarques, foram citados Colômbia (+10,3%), Índia (+15,3%) e Etiópia (+28,5%). Com esse desempenho positivo desses mercados, as exportações do Vietnã e da Indonésia teriam diminuído 4% e 34,9%, respectivamente, estima a entidade.
 
 
 
 
Estadão Conteúdo

 

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