Preço das carnes de aves e suínos pode subir, diz ABPA

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Os preços das carnes de aves e suínos podem subir devido ao avanço das cotações domésticas do milho e do farelo de soja no Sul e Sudeste do país, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em nota, associados da entidade relataram escassez de oferta de insumos – especialmente de milho – em centros de produção da avicultura e da suinocultura.

O Broadcast Agro, serviço em tempo real da Agência Estado, tem relatado alta expressiva nas cotações do grão nas principais praças do país, com aumento da demanda de granjas, que estão com baixos estoques.

Muitos produtores adiaram suas compras de ração ao final do ano passado na expectativa de que os preços fossem ceder após o pico das exportações. No entanto, isto não ocorreu já que as exportações de milho seguem aquecidas, principalmente por causa da desvalorização do real ante o dólar. Na terça (12), o indicador Cepea/Esalq fechou em forte alta de 3,39%, a R$ 41,74/saca. De 30 de dezembro até terça, os ganhos acumulados do indicador são de 13,3%.

Corretores de grãos de Mato Grosso relatam que a procura de compradores de outros Estados aumentou bastante neste mês, o que também fez os preços subirem na região. Em algumas cidades, a saca de 60 quilos subiu R$ 3 apenas nos últimos sete dias.

Na terça, a indicação de preço para entrega imediata era de R$ 23/saca em Campo Novo do Parecis e de R$ 44/saca no Porto de Paranaguá (PR) – há um mês a referência apurada pelo Broadcast Agro para o porto paranaense era de R$ 36,50/saca (aumento de 20,5% no período).

"A primeira safra é insuficiente para atender a demanda interna, ainda mais com a exportação aquecida. A escassez de produto disponível e o custo do transporte para trazê-lo do Centro-Oeste criam dificuldades até para manter os mesmo níveis de produção na avicultura e na suinocultura, que estão gradativamente sendo reduzidos", afirmou na o presidente da ABPA, Francisco Turra.

O presidente da ABPA ressalta ainda que, sem estímulos expressivos para a segunda safra, o setor precisará tomar "decisões mais drásticas" para garantir o andamento da produção. "Seremos obrigados a importar milho do Paraguai e da Argentina, onde os excedentes também não são elevados", completa.

 

 

O Estado de São Paulo

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