Negociar gado em grupo é melhor

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Pecuaristas cada vez mais se unem para formar lotes grandes e de qualidade para os frigoríficos e obter vantagens.


 


Pecuaristas de vários Estados estão descobrindo as vantagens da união na hora de negociar o boi gordo com o frigorífico. Vendendo o gado em grupo, os criadores formam lotes maiores, o que permite uma negociação mais favorável em todos os sentidos.


 


As formas de associação variam. Há empresas, como a Projeta Consultoria Agropecuária, de Araçatuba (SP), que há 17 anos dá assessoria agropecuária a seus clientes e, há cerca de 4 anos, começou a atuar no segmento da negociação do gado em grupo. “Formar pools para vender o gado para o frigorífico é uma grande vantagem, principalmente para pequenos e médios produtores”, diz o sócio-diretor da Projeta, Alberto Moura Belentani. A empresa tem um giro anual de 80 mil animais para abate. Belentani acrescenta, porém, que a Projeta só negocia gado de seus clientes, que é estreitamente acompanhado pela empresa.


 


SÓ CLIENTES


 


“Não prestamos serviços de comercialização para não-clientes”, diz. “Isso porque só formamos lotes com padrões mínimos de qualidade”, continua. “É uma prática conveniente tanto para o criador quanto para o frigorífico, pois este tem interesse em tratar bem o fornecedor que entrega, com constância, um gado dentro de bons padrões.”


 


A Projeta também acompanha o gado desde o embarque dos animais, passando pelo abate até a pesagem da carcaça. “Monitorando o abate e a pesagem podemos garantir ganhos adicionais de rendimento ao produtor”, diz Belentani. “Mas isso porque, ao negociar lotes maiores, formamos parcerias fortes com alguns frigoríficos, o que nos garante um atendimento diferenciado e prêmios pela carcaça, além do valor da arroba.”


 


Na mesma linha da Projeta, porém atuando como uma empresa formada pelos próprios pecuaristas, atua a Conexão Delta G. Conforme relata o gerente-executivo da Conexão, Daniel Biluca, os pecuaristas se uniram, inicialmente, para cuidar do melhoramento genético de seus rebanhos. “A negociação em grupo foi uma conseqüência natural”, diz.


 


Só no Brasil Central, são 19 criadores associados, detentores de um rebanho de 250 mil cabeças, sendo 235 mil da raça nelore e apenas 15 mil da raça braford. “Um dia, esses pecuaristas se reuniram e chegaram à seguinte conclusão: já produzimos um animal diferenciado. Por que não tentarmos, a partir de agora, negociar melhor este animal”, descreve Biluca.


 


PARCEIROS


 


E foi o que fizeram, a partir de 2001. “Temos frigoríficos parceiros, para quem preferencialmente mandamos nosso gado para abate”, diz Biluca, acrescentando que a Conexão obtém, pela maioria do gado negociado, prêmios que podem chegar a até 2% do valor da arroba, por causa da qualidade da carcaça. “Na hora de negociar, os benefícios recaem sobre todos os pecuaristas, sejam eles grandes ou pequenos”, diz.


“Temos sócios com 300 cabeças de gado e sócios com 50 mil cabeças. A média de nossos clientes está entre mil e 5 mil cabeças.” E todos eles, garante Biluca, obtêm premiações se o gado for de qualidade. “Nossos prêmios independem do preço da arroba. São sempre em cima da qualidade da carcaça.


 


 


O Estado de São Paulo


 

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