Após demitir 555 funcionários no dia 27 de agosto deste ano, a direção da Movelar, localizada no município de Linhares, no Norte do Estado, protocolou nesta segunda-feira (03) na 2ª Vara Cível da comarca de Linhares um pedido de recuperação judicial da empresa, uma das possibilidades abertas com a nova Lei de Recuperação de Empresas e Falências.
A indústria ficará sob intervenção judicial. Um plano de recuperação será elaborado para que possa ser negociado com os credores reunidos em assembléia.
De acordo com o gerente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Moveleira da Sub-Sede de Linhares, Flaviano Rabelo Aguiar, a empresa investiu quase R$ 20 milhões em maquinário e ampliação no galpão de exportação.
Ou seja, com a queda no preço do dólar e diminuição das exportações o valor investido não pôde ser recuperado gerando um desequilíbrio nas finanças.
Segundo Flaviano Rabelo, os funcionários que foram demitidos ainda não receberam o pagamento referente à segunda quinzena do mês de agosto.
Em reunião na tarde desta terça-feira (04) entre o sindicato e a diretoria da Movelar, a empresa se comprometeu a efetuar o pagamento da segunda quinzena dos trabalhadores demitidos até a quarta-feira (05).
Quanto as verbas rescisórias dos trabalhadores, o sindicato vai negociar na Justiça, pois, de acordo com Flaviano Rabelo, a empresa afirmou que não tem condições de pagar.
Rabelo disse que o sindicato vai protocolar uma ação na Justiça do Trabalho de Linhares, pedindo a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o seguro desemprego, além das demais verbas rescisórias que os trabalhadores têm direito.
Até a próxima segunda-feira (10), o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Moveleira vai realizar uma assembléia com os trabalhadores demitidos, já que a empresa alega que não tem como pagar a rescisão à vista. Atualmente 668 empregados continuam trabalhando na linha de produção da Movelar.
A reportagem da Gazeta Rádios e Internet entrou em contato com a Movelar, mas a empresa afirmou que não vai se pronunciar.
Eliane
Em julho, a Eliane, uma das maiores indústrias de revestimentos cerâmicos do país, fechou a unidade do Espírito Santo devido a uma nova linha de estruturação que a empresa adotou. Por conta da desvalorização do dólar, que prejudicou as exportações, e pelo acirramento da concorrência no mercado interno, a Eliane decidiu concentrar a produção apenas em Santa Catarina e Bahia, e fechar a unidade capixaba que era dedicada exclusivamente para exportação.
Com o fechamento, 320 funcionários foram demitidos. A reportagem de Rádios e Internet tentou contato com o diretor industrial da empresa para comentar o fato, mas ele não pôde atender a imprensa devido a reuniões já programadas nesta terça-feira.