O monitoramento por satélite é um forte instrumento para planejar a estratégia para a agricultura, com reflexos positivos num dos setores que mais contribuem para o crescimento da economia brasileira, o agronegócio. A afirmação foi feita nesta terça-feira (11) pelo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Aloizio Mercadante (PT-SP), durante audiência pública que debateu o uso de satélite para monitorar a agricultura.
Mercadante lembrou que o monitoramento da agricultura tem por meta acompanhar a dinâmica do setor e oferecer uma visão espacial detalhada das diversas culturas espalhadas por todo país – como as de cana, soja e milho. A agricultura monitorada, disse ainda, também permite acompanhar em detalhe o volume de água em açudes erepresas, o desmatamento e a vocação agrícola de cada região.
Pesquisa
Evaristo Eduardo de Miranda, que dirige o Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite localizado em Campinas (SP), pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), defendeu na reunião maior investimento em pesquisa, como forma de a agricultura, com destaque para a localizada na Amazônia, crescer de forma vertical, gerando-se, assim, maior controle do desmatamento e maior produtividade.
O dirigente da Embrapa disse que o centro de monitoramento mostra que a derrubada de árvores na Amazônia é cada vez menor e que nesse mapeamento a Embrapa identificou nada menos do que 25 tipos de florestas dentro da Amazônia, referindo-se à diversidade da flora e da fauna da região. Ele tentou tranqüilizar tanto os senadores quanto os ambientalistas, ao afirmar que o plantio de cana-de-açúcar para ser usado como bioenergia, em forma de etanol, ocupará menos de 4% a 5% das terras agricultáveis, localizadas especialmente na Região Sudeste. Com isso, observou, afasta-se qualquer impacto negativo com relação à produção de alimentos.
Evaristo de Miranda informou ainda que o monitoramento por satélite é um dos principais instrumentos para se acompanhar todo o processo agrícola, incluindo planejamento, safra e produção.
Senadores presentes à reunião destacaram o papel da Embrapa para o fortalecimento da agricultura nacional. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) pediu, durante o debate, que o governo federal canalize mais recursos para o setor de pesquisas da empresa.
Diário News