A divergência em público dos ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, sobre as causas do aumento da derrubada da floresta nos últimos cinco meses de 2007 motivou um pito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Logo depois das entrevistas dos dois ministros, quando Marina reclamou da falta de empenho dos governadores e do avanço da fronteira da soja e da agropecuária, e de Stephanes ter dito que há quatro anos a área de plantio de soja não aumenta, Lula mandou sua assessoria dizer aos jornalistas que não era hora de acusações, mas de tomada de providências.
“O desmatamento aumentou nos três Estados (MT, PA, RO) que têm uma forte atividade agrícola (soja) e uma forte atividade pecuária”, disse Marina. Stephanes rebateu: “Em relação à soja, quero passar uma informação do IBGE. Há quatro anos não aumenta a área de produção”. “Sob o ponto de vista agrícola, não há necessidade de derrubar nenhuma árvore na Amazônia para aumentar a produção de soja ou carne.”
Lula acompanhou parte da entrevista de seu gabinete no Planalto. Marina criticou os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), e de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), por retirarem policiais de ações contra o desmatamento. “Vivemos um momento de estiagem longa, eleitoral, onde temos muita dificuldade de operar com os agentes locais.”
“Em Rondônia, estávamos com uma operação com a policia ambiental do Estado, os agentes da Polícia Federal e o Ibama e o governador deu uma ordem para que os 45 policiais militares nos deixassem à deriva”, disse. “Vamos (os ministros) adotar todas as medidas legais e cabíveis de criminalizar os que fizeram desmatamento de forma ilegal”, respondeu Stephanes.
O Estado de São Paulo