Milho supera casa dos R$ 20 pela primeira vez

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A cotação do milho tem animado produtores rurais. O preço da saca de 60 quilos vem registrando fortes altas nas últimas semanas no mercado interno e para exportação. Entre 15 de julho e 12 de setembro, a recuperação chegou a 57%, um salto de R$ 13 para R$ 20,4, valores para negociação na Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar).
A cotação em dólar na Cocamar, que chegou ontem (12-09) a US$ 10,6, é uma das maiores dos últimos anos. Em 20 de novembro de 2002, a saca de milho valia R$ 22,70, o que representava, na época, US$ 6,34. Os valores de R$ 20,40 e de R$ 13 são, respectivamente, os mais altos e baixos do ano.
O produtor rural Carlos Amarildo Polotto, 39 anos, diz que não esperava o preço do milho ultrapassar os R$ 20. Em agosto, ele vendeu, a R$ 15,50, metade da produção dos 240 hectares de propriedades em Maringá e Iguaraçu. “A saca chegou a um valor que eu não esperava. O que comercializei já estava em contrato”, explica Polotto. “Agora, vou esperar um pouco para vender o restante do milho. Vamos ver se o preço vai subir mais”.
O agricultor Mauro Donizete Terezan, 51 anos, de Mandaguaçu, também vendeu, agora em setembro, 50% da produção de milho de inverno a R$ 17 a saca, para pagar dívida bancária. “Estou de olho na cotação diariamente para vender o milho”, afirma Terezan.
Segundo o gerente comercial de grãos da Cocamar, José Cicero Aderaldo, a alta é decorrente da quebra de 15% na safra de milho na União Européia – correspondente a 8 milhões de toneladas. Países como França e Alemanha, que não costumavam comprar milho do Brasil, vêm recorrendo ao grão produzido no Brasil. “O preço da saca vem crescendo desde agosto; o mercado não esperava por isso”.

Preferência nacional:

Aderaldo analisa que a União Européia deu preferência ao milho brasileiro dada à dificuldade de separar as diversas variedades – transgênicas e convencionais – nos Estados Unidos, maior exportador mundial, e ao fechamento das exportações na Argentina, segundo maior exportador. Conforme o gerente da Cocamar, a quebra na safra de trigo destinado para a produção de ração animal na Europa também tem contribuído para o maior volume de embarques de milho para aquele continente.


 


 


Diário de Maringá

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