A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou que pretende anunciar até a próxima quinta-feira os valores de subvenção do seguro rural para milho, trigo e café. Os valores ainda precisam ser aprovados pelo Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural, mas ela antecipou que para milho e trigo devem ser liberados entre R$ 170 milhões e R$ 180 milhões. Normalmente, a subvenção do seguro é anunciada junto com o Plano Safra, o que ocorre no meio do ano. Dessa vez, no entanto, a Pasta atendeu a demanda de produtores dessas culturas, que fazem o plantio antes do anúncio do plano e estavam impedidos de adotar essa proteção a um custo menor.
O anunciou foi feito por Kátia Abreu ao fim de um almoço com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília. No encontro, ela detalhou as metas da pasta para o ano e começou a receber as primeiras demandas para o Plano Safra 2016/2017. Se confirmado o valor projetado pela ministra, apenas milho e trigo vão consumir quase 25% do orçamento total para subvenção de seguro rural em 2016, cuja previsão é de R$ 741 milhões. O programa de subvenção do prêmio do seguro tem sido alvo de críticas e da descrença do setor produtivo e, desde o ano passado, o ministério tem adotado medidas para tentar minimizar esse desgaste. Os agricultores consideram incerta a execução dessa proteção, sobretudo depois de no ano passado o programa ter executado apenas R$ 300 milhões, caindo praticamente pela metade na comparação com 2014.
"Nossa pressa é principalmente pelo milho safrinha e pela demanda mundial crescente pelo produto. Os preços estão altos no mercado interno e externo e o seguro vai estimular a produção", explicou a ministra. "Estamos evoluindo, tratando os produtos cada qual em sua estação", explicou. Kátia Abreu também afirmou que o contingenciamento anunciado pelo governo na última sexta-feira, que reduziu em R$ 553 milhões o orçamento do ministério, não vai prejudicar os trabalhos. "Ninguém vai ser impactado pelo contingenciamento", garantiu. "Vamos atender os cortes que o governo impôs com muita tranquilidade", disse.
Segundo a ministra, a ideia é priorizar as atividades-fim e reduzir as atividades-meio para algo entre 15% e 20%. "Reconhecemos que essa é uma atividade pública, mas queremos nos aproximar o máximo possível da empresa privada. Nós precisamos implementar mecanismos de gestão", ponderou. Kátia Abreu também comentou sobre a possibilidade de as exportações do agronegócio serem taxadas e, mais uma vez, se posicionou contra. "A presidente nunca tratou desse assunto comigo no que diz respeito ao âmbito nacional. Sou contrária a essa ideia. O agro chegou aqui porque se desvencilhou dos impostos e se tornou mais competitivo", argumentou. Questionada sobre as iniciativas estaduais para taxas as exportações, ela disse que não poderia comentar e que cabe às entidades de classe e deputados de cada Estado se articular para travar esses projetos.
Agência Estado