Governo quer retomar venda de carne em 90 dias

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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse ontem em Cascavel (oeste do Paraná) que a expectativa do governo é restabelecer o comércio de carne bovina para a União Européia (UE) entre 60 a 90 dias.


“Essa é uma meta, mas não podemos dar certeza porque estamos tratando com pessoas que não têm o mesmo interesse que o Brasil”, destacou o ministro. Segundo ele, a questão está sendo tratada pelo Itamaraty, que avalia a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o embargo decretado pela UE.


“Esperamos encontrar uma solução positiva para a suspensão das exportações de carne bovina brasileira, sem a necessidade de ingressar na OMC. Vamos manter as portas abertas para um acordo porque uma medida dessa pode durar dois anos. Isso não seria bom para o setor”, disse Stephanes.


Atualmente, o setor é responsável por uma parcela significativa nos embarques nacionais. Em 2007, as exportações de carne bovina somaram US$ 4,5 bilhões, 15% mais do que em 2006, segundo a Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).


Segundo Stephanes, as negociações com a UE já duram oito anos. “É um processo de negociação longo, problemático e difícil. A última exigência, que causou todo esse embargo, é a habilitação de apenas 300 propriedades para vender o produto, enquanto temos milhares de fazendas preparadas para atender a UE.” Para ele, o número exigido é pequeno e insuficiente para atender a atual demanda do comércio entre as partes.


O Ministério da Agricultura apresentou uma lista de 2,6 mil propriedades para exportações, número não aceito pela UE. Segundo o ministro, o principal entrave é o sistema de rastreabilidade exigido pelos europeus. “As exigências sanitárias estão cada vez mais rígidas, e tentam colocar no Brasil um modelo europeu, preparado para enfrentar a vaca-louca, doença que não temos aqui”, Stephanes destaca ainda que a carne bovina brasileira é de qualidade e tem custo um terço menor do que a produzida na UE. “E isso incomoda os produtores europeus.”


De acordo com o ministro, a visita da missão da UE prevista para maio foi antecipada para 25 de fevereiro, para inspecionar e avaliar as condições sanitárias das fazendas selecionadas. “Recebi hoje (ontem) uma informação de que essa visita pode ser antecipada novamente para 5 ou 10 de fevereiro”, acrescentou Stephanes.


O Estado de São Paulo

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