Friboi diz que UE não ameaça seu resultado

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As restrições impostas pela União Européia ao boi brasileiro serviram para comprovar que a estratégia adotada do JBS Friboi de descentralizar suas atividades estão corretas, segundo procura demonstrar nota enviada ontem pela empresa à Bovespa. A nota se refere à decisão de Bruxelas de só autorizar a importação de carne do Brasil a partir do dia 1º de fevereiro se forem cumpridas as novas normas de rastreabilidade do gado bovino definidas pelo bloco.


 


Para o Grupo JBS Friboi, essas exigências européias levarão a uma redução nos volumes exportados de carne in natura pelo Brasil, o que poderá ser contornado pela empresa por causa da sua descentralização. “Acreditamos que as medidas irão impactar de forma negativa as exportações de carne bovina in natura para o bloco europeu a partir da redução da oferta do produto para os países do bloco”. Para a empresa, o impacto da medida já se reflete no mercado. “Houve aumento nos preços da carne bovina in natura por tonelada, considerável alta na demanda e nos preços por produtos industrializados do Mercosul e por fim aumentos significativos da exportação de carne in natura brasileira para a União Européia no mês de Janeiro de 2008”, diz Sergio Longo, diretor de Finanças e de Relações com os Investidores da JBS S/A.


 


Seguindo a sua política de governança corporativa e transparência junto ao mercado e seus acionistas, a empresa realizou uma análise sobre os possíveis impactos das novas medidas da UE sobre os resultados da companhia. A JBS poderá apresentar um acréscimo em torno de R$ 177 milhões sobre o EBITDA, que contempla Lucro Operacional antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, estimado anteriormente sem considerar as prováveis novas medidas da União Européia.


 


Cenário desfavorável


 


A administração da empresa estima ainda que seu faturamento líquido seja de R$ 25.500 milhões em 2008, considerando todas as suas Unidades de Negócios: JBS Brasil, JBS Argentina, JBS Austrália e JBS USA. Seguindo sua política de expansão e sempre atenta ao cenário mundial, a JBS atua de forma pioneira e estratégica para que os seus resultados não sejam comprometidos frente a um cenário não favorável ao segmento.


 


O analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, concorda que a estratégia adotada pode diluir significativamente os riscos de mercado, mas, para ele, a empresa poderá enfrentar ainda algumas dificuldades. A JBS adquiriu unidades nos Estados Unidos, na Autrália e na Argentina.


 


Rosa lembra que a União Européia pode impor restrições à carne dos EUA, porque aquele país utiliza hormônios para engordar seus animais. Na Austrália, não há tantos animais disponíveis para atender a uma pequena parte da demanda de carne, estimada em 600 mil toneladas. E na Argentina, o governo local ameaça restringir o acesso ao mercado internacional de empresas cujo capital não esteja nas mãos de empresários argentinos.


 


 


Gazeta Mercantil – SP

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