Porque a situação da avicultura em relação à obtenção do grão é mais grave que a enfrentada três anos atrás, no início de 2013. Naquela ocasião, a despeito das safras recordes, os preços internos explodiram em decorrência da quebra da safra norte-americana.
Veja-se, especificamente, o caso do frango vivo. Afetado pelo baixo consumo, típico do mês, mas influenciado também pelas condições econômicas do consumidor, perdeu em cerca de três semanas (mercado paulista) 15% do seu preço.
Mas ainda que essa queda possa ser considerada normal para o momento, deixa o frango vivo com um valor médio (R$2,81/kg entre 2 e 27 de janeiro) quase 4,5% menor que o registrado na média de janeiro de 2013 (R$2,93/kg).
Até aí, nada de anormal – faz parte do jogo. Assim, o inesperado recai sobre a matéria-prima básica do frango, o milho. Que, em relação a janeiro de 2013 (R$33,50/saca de 60 kg), chega até aqui com um valor 29% superior (média de R$43,25/kg entre 2 e 27 de janeiro).
O efeito disso é melhor visualizado nos gráficos abaixo. O primeiro, de janeiro de 2013, mostra que o milho acompanhou quase paralelamente o decréscimo experimentado pelo frango vivo. Ou seja: as perdas, modestas, atingiram as duas partes. Ao final do período a diferença entre ambos, considerado o valor relativo, não ia além de cinco pontos percentuais.
Já em 2016, com o preço do milho evoluindo a altíssima velocidade, a diferença entre ambos (antes que se complete o mês) está em, aproximadamente, 32 pontos percentuais.
Avisite