Onze dias depois de retomarem a greve, após cumprimento de duas tréguas solicitadas pelo governo federal, os fiscais federais agropecuários mantêm o movimento, mesmo sob a ameaça de corte do ponto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Caso isso ocorra, a Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) irá recorrer à Justiça.
A segunda semana de paralisação termina como começou, sem qualquer reunião de negociação agendada. A última reunião com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, não alterou em nada a situação anterior. O ministro se limitou a reapresentar a proposta anterior de 20% de aumento, até 2010, para ativos e 11% para inativos, o que foi recusado pela segunda vez.
Enquanto isso, com apenas 30% da categoria na linha de frente nos postos de fronteira, as cargas se acumulam. Até o final da tarde desta quinta-feira, em todo o Estado 72 mil toneladas em produtos (arroz, couro, soja, carne suína) aguardavam a liberação. Os produtos estão avaliados em 77,624 milhões de dólares, o equivalente a R$ 151,13 milhões. Somente o porto de Rio Grande concentra mais de 50% destas cargas. Estão retidas nos terminais do superporto, 40 mil toneladas em mercadorias, a grande maioria, tabaco, madeira e proteína de soja. A liberação das importações está cancelada e as exportações são priorizadas, informa a Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afama/RS). As cargas em Rio Grande estão avaliadas em 36 milhões de dólares ou R$ 70,09 milhões. Em menor volume, há cargas retidas ainda nas aduanas do Chuí, 250 toneladas, e no porto seco de Jaguarão, 1,945 mil toneladas.
Diário Popular