O feijão carioca extra novo – o de melhor qualidade – foi negociado ontem a R$ 150 a saca (60 quilos) na Bolsinha de Feijão de São Paulo, o maior valor desde o início do Plano Real, há 13 anos. A menor produção na segunda e terceira safras da leguminosa fez o preço disparar. Na dobradinha do prato do brasileiro, o arroz, no entanto, tem o preço estabilizado há quase um mês: em R$ 23,20 a saca (50 quilos), no Rio Grande do Sul.
A produção da segunda safra de feijão deste ano – que entra no mercado em maio – foi 28% menor que a passada, recuando de 1,462 milhão de toneladas para 1,046, resultado de uma área plantada 5% inferior, segundo levantamento da Safras & Mercado. Na terceira colheita, a queda foi de 10%, de 860 mil toneladas para 774 mil.
“Estamos com oferta do produto no mercado, por isso, os preços estão tão altos.
Desde que fazemos a estatística, há 13 anos, o último recorde havia sido em março de 2003, quando a saca atingiu R$ 144″, diz Élcio Bento, analista da consultoria. Ele conta que as empacotadoras de feijão já estão reclamando das cotações, com o argumento de o consumo recuou no varejo. “Mas o produtor está batendo pé firme, sem reduzir valor”, pondera. Ele acredita que em breve a queda nas compras pelo consumidor no varejo irá obrigar o produtor a diminuir os preços.
Para o arroz, o maior valor no período ocorreu em 2004, a R$ 29,76 a saca. A expectativa é de recuperação dos preços ainda neste mês.
Gazeta Mercantil