As exportações de suco de laranja do país confirmaram o que indicavam as projeções e encerraram 2007 com pequeno aumento do volume embarcado e forte alta da receita proveniente das vendas.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), foram enviadas ao exterior no ano passado 1,391 milhão de toneladas do produto, 6,8% mais que em 2006 (1,303 milhão).
Em valor, o salto foi da ordem de 55%. Foram pouco mais de US$ 2,3 bilhões em 2007 (recorde histórico), contra US$ 1,5 bilhão no ano anterior, em um sinal de que a valorização internacional da commodity entre 2004 e 2006 ainda rendeu bons frutos em 2007.
Parte dessa “demora” pode ser explicada pelo fato de os contratos de exportação firmados pelas indústrias muitas vezes acusarem as oscilações do mercado no momento de suas renovações depois de um certo tempo.
Segundo cálculos do Valor Data, os contratos futuros do suco (segunda posição de entrega) registraram queda de 26,55% na bolsa de Nova York em 2007. Nos dois últimos anos até dezembro, contudo, ainda houve alta de 17,8%; em 36 meses, o salto chegou a 60,06%.
Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus, lembrou ontem ao Valor que as curvas observadas também foram influenciadas pela agregação de valor com o avanço das vendas de suco não concentrado, mais caro, e de suco concentrado e congelado com características específicas exigidas por compradores. “O suco de laranja é uma commodity cada vez menos commodity”, afirmou o dirigente.
A União Européia manteve-se como o principal destino dos embarques do Brasil em 2007. Conforme a Abecitrus, o bloco comprou 874,5 mil toneladas do suco de laranja nacional, 4,5% mais que em 2006. Para os países do Nafta (Estados Unidos, Canadá e México), as vendas subiram 44,5%, para 274,5 mil toneladas.
Explica essa disparada os problemas de oferta nos EUA, ainda em recuperação após problemas causados por furacões – que determinaram a alta de preços internacionais entre 2004 e 2006.
Valor Econômico