Começou a ser elaborado na última terça-feira (27), com visitas a fazendas, o diagnóstico que vai servir de subsídio para o Plano de Aceleração do Desenvolvimento do Agronegócio na Região Cacaueira da Bahia (PAC do Cacau), que prevê a aplicação de mais de R$ 2 bilhões em oito anos. Os recursos serão investidos no cultivo de cacau de alta produtividade e culturas consorciadas, agroindústria e equacionamento das dívidas dos produtores rurais.
Até sexta-feira, a missão dos técnicos do Ministério da Agricultura, Embrapa, Seagri, Ceplac e Unicamp cumprirá extensa agenda de contatos com produtores, empresários e instituições ligadas à economia cacaueira. No primeiro dia foram visitadas as fazendas Porto Seguro, em Itacaré, e Luz-Brasileira, em Uruçuca, no sul do Estado, além da agroindústria Inaceres, cuja principal atividade é produção de palmito de pupunha em cultivo próprio e através de associativismo.
Na fazenda Luz-Brasileira, o agrônomo Edmundo Mandarino apresentou os projetos de renovação de cacauais decadentes com clones desenvolvidos pelos pesquisadores da Ceplac e da Mars Cacau tolerantes e resistentes à vassoura-de-bruxa e de alta produtividade e sistemas agroflorestais, onde o cultivo do cacau é consorciado com abacaxi, seringueira e banana. As experiências animaram os técnicos da missão, já que resultados começam a aparecer no quarto ano.
A implantação de cacaueiros resistentes à doenças e de elevado rendimento, através dos clones PS-1319, PS-1030, CA-1.4, SJ-02 e PH -16, ampliaram a produção da fazenda Porto Seguro, da Agropecuária Cantagalo, de três mil arrobas, em 2003, para 12 mil arrobas este ano. A propriedade está cultivando novas variedades de seringueira que atualmente respondem por 25% do seu faturamento anual.
NOVAS TECNOLOGIAS
A inclusão do cultivo da pupunha como projeto de diversificação econômica no âmbito do PAC do Cacau foi destacada durante visita a Inaceres. A agroindústria é responsável por 30% do mercado baiano e quatro por cento do mercado consumidor nacional e os seus dirigentes vêem amplas possibilidades de crescimento da oferta de palmito e de duplicação da área cultivado dos atuais 1.200 hectares para mais do dobro nos próximos anos.
O diretor da Agrícola Cantagalo, Agmael Eloi de Abreu, afirmou que a tecnologia repassada pela pesquisa da Ceplac tem sido fundamental para o sucesso alcançado na clonagem, consorciamento e sistemas agroflorestais. Para o diretor-geral da Ceplac, Gustavo Moura, a instituição, através de seus técnicos, cumpre a missão que a consolidou nos seus 50 anos servindo como referência do País em nível internacional.
Assessoria de Comunicação da Ceplac