Embargo à carne brasileira na Europa é incoerente, diz Famasul

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A exigência de embargo à carne brasileira, feita por parlamentares europeus, é incoerente e protecionista. A opinião é do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Ademar Silva Junior.


“Num momento em que a Inglaterra tem passado por focos de aftosa, exigir o embargo ao nosso produto é absurdo. Trata-se de uma medida de protecionismo econômico, além de ser incoerente”, analisa.
A exigência do parlamento europeu de embargo imediato à carne exportada do Brasil para União Européia, foi feita terça-feira (4/09) em Estrasburgo, França.
Para Ademar, a carne brasileira, além de ter custo de produção menor, tem qualidade atestada. “Nossos animais são engordados à pasto enquanto na Europa, o gado é engordado em confinamento. Se fossemos partir para essa incoerência teríamos de suspender a importação de leite escocês, o chocolate suíço e o queijo holandês, por exemplo”, aponta.
Segundo pesquisas de campo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo a alimentação dos animais é um dos maiores itens do custo da pecuária, além de determinar a qualidade da carne.
De acordo com a pesquisa, enquanto os países do Hemisfério Sul usam pastagens como base da alimentação, os países do Hemisfério Norte, por exemplo, utilizam a dieta dos animais em silagem, farelo de soja e outras opções. “A utilização de pastagens e o aumento da produtividade são fundamentais para explicar o ganho de competitividade da carne nacional. Como os concorrentes do Brasil não possuem meios para superar essa vantagem, surgem as tentativas de restrição do comércio”, aponta a pesquisa.
No sistema de confinamento europeu, os animais não têm acesso ao ambiente de liberdade presente nas condições originais de vida dos bovinos e que é respeitado no sistema de criação à pasto.
A pesquisa revela ainda que a combinação da pecuária de corte com outras atividades em uma mesma empresa agrícola tende a gerar ganhos de produtividade na pecuária. Na região Centro-Oeste, por exemplo, a integração pecuária-agricultura é representada pela produção de grãos, que gera farelo de soja, utilizado na alimentação dos rebanhos europeus. Assim, o Brasil é responsável pela produção de carne a pasto dentro de suas fronteiras e ainda auxilia a produção de carne em muitos países, ofertando matéria-prima.


 


Sato Comunicação

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