É época de monitorar a cigarrinha das pastagens

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A cigarrinha é considerada a principal praga das pastagens e, nesta época do ano, o produtor deve ficar atento ao inseto. Os ovos depositados no campo em abril entram em repouso e eclodem em outubro e início de novembro. Segundo o diretor-geral do Instituto Biológico de São Paulo, Antonio Batista Filho, as cigarrinhas podem amarelar e secar grandes porções de pasto. Além disso, o inseto concorre com o gado por alimento justamente na época em que deveria recuperar peso, no fim do período seco.


 


Estima-se que 25 cigarrinhas adultas por metro quadrado, em dez dias, reduzam 30% da produção do pasto.


 


A fase em que o pecuarista deve ficar de olho é no surgimento das ninfas, logo nas primeiras chuvas de outubro. É fácil observar as ninfas, ensina Batista Filho, pois, nesta fase, elas recobrem o corpo com uma espuma. “A espuma fica na base do capim, próxima ao solo”, diz o pesquisador.


 


Sobre os sintomas, Batista diz que inicialmente as folhas ficam com estrias que avançam para o amarelecimento. Com ataque intenso, secam totalmente. “O produtor deve monitorar a área a partir das primeiras chuvas. Quando o número de ninfas por metro quadrado for igual ou maior que 20 ele deve controlar a praga.”


 


Como prevenção, na instalação da pastagem, deve-se cultivar diversas forrageiras, reservando 30% da área para espécies resistentes. Em solos férteis, as opções são capins jaraguá, colonião, setária, estrela e brizantha. Em solos pobres, capins gordura e andropogon.


 


O consórcio com leguminosas também é recomendado. “Com a pastagem já formada, deve-se mantê-la na altura mínima de 25 centímetros.” Isso permite melhor recuperação do capim e protege inimigos naturais da praga, como fungos. Durante o ciclo da praga, a dica é demarcar os locais de postura (onde houver grande quantidade de adultos e ninfas) e atear fogo, o que garante a redução de 50% na quantidade de ovos.


 


O controle químico deve ser ponderado. “Químicos não são eficientes no controle e devem ser usados se houver alta população de adultos no início do ciclo biológico ou na terceira geração, além de ter seu uso associado ao controle biológico, com o fungo M. anisopliae.”


 


 


O Estado de São Paulo

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