O consumidor está pagando em torno de 15% a mais pelas aves natalinas neste ano. O acréscimo, segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), deve-se ao salto no preço da ração dos animais, que é baseada, principalmente, no milho. De acordo com o secretário-executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, a produção voltada para as festas cresceu 12% em relação ao ano passado. A estimativa é que o volume tenha ficado entre 80 mil e 85 mil toneladas. “O desenvolvimento genético e o manejo têm que ser mais apurados para que o animal tenha mais peito e coxa.”
Confirmando a tendência, a Doux Frangosul começou a se preparar para este período ainda em julho. “O produtor tem que ser selecionado criteriosamente. O processo começa no incubatório”, detalha o diretor José Luís Franco. As matrizes são escolhidas a dedo, pois não podem ser muito velhas para que se obtenha uniformidade entre os exemplares, e é realizado um programa diferenciado para alimentação somente com vegetais. “Temos que apresentar um produto inteiro e bonito”, argumenta. A empresa oferece o Bruster (frango especial) e o tradicional peru, abatido com menos peso do que o normal para caber no forno do fogão do consumidor. “Ele chega, no máximo, a 7 quilos, enquanto que, para exportação, vai a 14 quilos”, diz.
As cooperativas apostam num repasse de custos um pouco menor ao produto final para concorrer com as grandes indústrias. Enquanto o mercado trabalha com acréscimo de 15%, a Languiru oferece a ave Maister custando 10% a mais do que no mesmo período do ano passado. “Procuramos repassar apenas a inflação”, justifica o gerente comercial da cooperativa do Vale do Taquari, Rucart Stapenhorst. O volume de produção do estabelecimento não sofreu alteração.
A produção gaúcha cresceu 13,5% entre janeiro e novembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2006. O volume foi de 972,8 mil toneladas, contra 856,5 mil t no ano passado.
Correio do Povo – RS