A crise deflagrada no setor lácteo após ser constatada a adição de soda cáustica e água oxigenada no leite produzido por duas cooperativas de Minas Gerais ajudou a pressionar as cotações do produto, que em outubro já iniciava o seu ciclo de queda em virtude da entrada da safra.
De acordo com levantamento feito pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), o preço pago ao produtor no Estado – responsável por um terço da produção brasileira de leite – teve queda aproximada de 40% neste mês. Na região do Vale do Rio Doce, onde a cotação média do leite tipo C era de R$ 0,85 o litro em outubro, o preço pago ao produtor hoje está em R$ 0,48. Na região sudoeste, o preço baixou de R$ 0,72 para R$ 0,65 por litro no mês. A entidade estima que o setor deverá registrar quedas entre R$ 0,07 e R$ 0,10 por litro vendido às indústrias de laticínios neste mês.
Em São Paulo, que também possui uma das maiores bacias leiteiras do país, os preços também registram queda, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado. O preço do leite tipo C pago ao produtor encerrou a semana passada a R$ 0,65 o litro, em queda de 1,39% no dia e de 2,74% no mês. O leite tipo B ficou cotado a R$ 0,72 por litro, em alta de 1,41% no dia, mas em queda de 4% na semana e no mês.
Valor Econômico