Crise americana afeta o agronegócio

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A crise econômica norte-americana já mostra seus reflexos no agronegócio brasileiro. Apesar de a cotação da soja apresentar alta de 9% na média de janeiro, na quarta-feira, o índice havia chegado ao mesmo patamar do mês passado, aponta o sócio diretor da RC Consultores, Fábio Silveira. Segundo o diretor analista da Brasoja, Antônio Sartori, da semana retrasada para a passada, a cotação da oleaginosa na Bolsa de Chicago havia caído de 13,5 para 12,10 dólares o bushel (27,2 kg) após uma alta nunca vista. “As commodities agrícolas, em especial a soja e o milho, estão em níveis históricos altos por serem fonte de energia limpa e renovável”, diz o especialista.


Sartori pondera que há um percentual de especulação nos preços dos grãos, mas ressalta que, com a crise, o fator especulativo tende a diminuir. Por esse motivo, afirma que a crise norte-americana trará impacto e que este será negativo para os agricultores brasileiros e para as contas do país. “Se pegarmos a balança comercial brasileira, veremos que o superávit nacional é igual ao do agronegócio”, destaca. A escalada das commodities e o aumento nos preços em dólar vinham compensando os efeitos do câmbio desfavorável à exportação. Em 2007, o valor médio dos produtos vendidos no exterior teve aumento de 10%, enquanto o volume cresceu 6%.


O consultor da Fecoagro, Tarcisio Minetto, discorda de Sartori. Para ele, é muito cedo afirmar que há conseqüências para o brasileiro. “Nós exportamos matérias-primas para a China, que embarca manufaturas para os Estados Unidos, e esse comércio pode ser afetado”, diz. No entanto, ele acredita que há fatores que poderão compensar a queda na cotação das commodities, como uma eventual valorização interna do dólar. Para Minetto, o importante é que o produtor fique atento ao comportamento do mercado internacional.


Correio do Povo – RS 


 

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