O consumo de café no mercado interno registrou novo recorde, atingindo 17,1 milhões de sacas de 60 quilos entre novembro de 2006 e outubro de 2007, elevação de 4,7% em relação a igual período do ano anterior (de 16,3 milhões de sacas), segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
Esses volumes representam 50,8% da safra colhida em 2007/08, estimada em 33,7 milhões de sacas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Abic atribui o bom resultado do setor ao aumento de renda da população, à melhoria da qualidade do grão, maior consumo de café fora do lar e à melhor percepção do café quanto aos aspectos de benefício à saúde.
As perspectivas são otimistas também para este ano. A expectativa da Abic é que o consumo no Brasil cresça 4,6%, para 18,1 milhões de sacas. As vendas do setor de torrado e moído alcançaram R$ 6,4 bilhões, 18,5% acima do resultado de 2006 (R$ 5,4 bilhões). Para este ano, a Abic prevê receita de R$ 6,8 bilhões.
Para a safra 2008/09, a produção de café no país deverá superar as 45 milhões de sacas, segundo analistas de mercado, o que deverá sustentar as exportações e também o consumo no país. Cerca de 65% a 70% da safra 2007/08 já foi comercializada, segundo o Conselho Nacional do Café (CNC). Gilson Ximenes, presidente do CNC, afirma que o ritmo de comercialização é praticamente o mesmo de igual período do ano passado.
Em Minas Gerais, as vendas reduziram o ritmo neste início de ano, segundo as principais cooperativas do Estado. Apesar da alta dos preços do café nas bolsas de Nova York (para o arábica) e Londres (para o robusta), os produtores acreditam que as atuais cotações não são satisfatórias. Segundo Sérgio Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), a desvalorização do dólar frente ao real tem anulado os ganhos dos produtores.
Valor Econômico