O presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Wagner Rossi, calcula que a próxima estimativa da estatal para a safra de café 2007/2008, a ser divulgada na sexta-feira, dia 24, ficará praticamente estável em relação ao número da projeção anterior, de abril.
Em entrevista à Reuters, Rossi afirmou que avaliações recentes corroboram a projeção da estatal de 20 de abril, de uma safra de 32,065 milhões de sacas de 60 kg, um volume que, na época estava acima das estimativas do mercado e mesmo de uma previsão mais recente de um outro órgão estatal, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que fixou a safra em cerca de 37 milhões de sacas.
“Tudo indica cada vez mais claramente que a Conab estava muito próxima da realidade. Os ajustes que estão sendo feitos nos prognósticos mostram que o número da Conab se sustenta”, disse Rossi por telefone. “Estamos reforçando nossa previsão de 32,06 (milhões), muito distante dos 37 (milhões) que havia avaliado o IBGE. Ao que parece, as divergências (da Conab com o IBGE) se deram em três Estados: no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais. E agora que se tem uma visão melhor das coisas, parece que estávamos bem próximos do real”, comentou. A colheita de café no Brasil, o maior produtor e exportador mundial, está entrando na fase final.
Rossi ainda estimou uma redução dos estoques finais em 2007/08, mas avaliou que o volume, apesar de menor, não causa preocupação, principalmente porque a próxima safra será maior, no ano de alta na bienalidade da cultura. “Achamos que, como a safra deste ano é a de ciclo menor, as margens não serão grandes, mas devemos terminar o ano, depois de todas as operações, com um estoque em torno de 7 milhões de sacas. É um pouco menor do que já tivemos, mas, ao mesmo tempo, é um estoque grande”, calculou.
Em 31 de março deste ano, os estoques finais totalizavam 17,5 milhões de sacas, contra 9,7 milhões em igual data de 2006. o presidente da Conab disse acreditar que, nesse cenário, os preços devem permanecer estáveis. Estou otimista em relação ao café, disse.
Ao comentar as previsões para a próxima safra, o presidente da estatal admitiu que as condições climáticas em julho, que anteciparam a florada, e a seca em agosto preocupam. “Pode haver algum prejuízo, mas ainda é cedo para termos avaliação, temos que estar atentos a isso”, alertou.
Para 2008/09, ele espera manter o que chamou de bem-sucedido programa de apoio ao café lançado em 2007 pela Conab, o Pepro, e disse que o mecanismo será “aperfeiçoado” juntamente com o mercado. “Provavelmente serão usados também os contratos de opção pública”, um sistema já realizado em anos anteriores.
CMA