Comissão Nacional do Café da CNA planeja ações para melhoria da cafeicultura brasileira em 2016

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"Nosso objetivo para o próximo ano é aumentar a competitividade do café brasileiro e incentivar o cafeicultor a investir em melhorias na produção e, consequentemente, a qualidade de vida no campo", disse o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, durante a reunião do colegiado na última semana. Os representantes fizeram o balanço do desempenho da cafeicultura em 2015, destacaram as principais ações e conquistas e, por fim, planejaram as atividades e metas para 2016.

Dentre as prioridades destacadas na agenda está a correção da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) do café arábica e conilon. A Comissão planeja elaborar um estudo técnico para agilizar o reajuste do preço, principalmente do arábica, que desde 2013 está cotado em R$ 307,00. “É preciso levar em consideração a realidade de cada produtor e a diversidade dos cafés produzidos. A proposta é fazer a correção do preço mínimo por sistema de produção”, afirmou Breno Mesquita.

Outra pauta prevista é o acompanhamento permanente dos registros definitivos de defensivos agrícolas para combater a broca do café, considerada uma das principais pragas da cafeicultura brasileira. O ataque do grão, pela broca, no período de maturação prejudica a qualidade e produtividade da lavoura. De acordo com o assessor técnico da Comissão, Fernando Rati, os cafeicultores brasileiros enfrentam dificuldades no controle da praga, pois há poucos defensivos disponíveis no mercado, e os que são vendidos apresentam pouca eficiência ou elevam consideravelmente o custo de produção por hectare. “Nós acreditamos que a concorrência de novos produtos registrados poderá tornar o preço mais acessível e aumentar as possibilidades e alternativas de compra para o produtor”, explicou o assessor.

Balanço – A cafeicultura brasileira, na safra 2014/2015, foi marcada pelos impactos do clima. A estiagem atingiu as regiões Sul de Minas, Cerrado Mineiro, São Paulo e Espírito Santo. Segundo Fernando, a chuva atípica também atrapalhou a colheita no Paraná, Minas Gerais e São Paulo. “O excesso de chuva provoca a queda dos grãos. Quando o café entra em contato com o chão, ocorre fermentação indesejada, logo, atrapalha a qualidade da bebida. As precipitações constantes também atrasaram o processo de colheita, resultando na fermentação do café no próprio pé em várias propriedades rurais”, destacou.

No início deste ano, a Fundação Procafé fez um levantamento para safra 2014/15, com base na produção de cada estado. A estimativa foi de 40,3 milhões a 43,2 milhões de sacas de 60 kg, que foram confirmadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção, de acordo com o relatório de setembro/2015 da estatal, somou 42,15 milhões de sacas, uma redução de 7% em relação ao resultado de 2014 que fechou em 45,34 milhões de sacas.

Ações e Conquistas – A Comissão Nacional do Café trabalha a cada ano para defender os interesses dos cafeicultores brasileiros e promover o desenvolvimento do setor. Uma importante ação, que resultou em conquista, em 2015, foi a declaração de estado de emergência fitossanitária para a broca do café em São Paulo e Espírito Santo, além da prorrogação da emergência para Minas Gerais. Em julho de 2013, o Endosulfan, produto mais eficiente utilizado no combate a praga, foi banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por deixar resíduos tóxicos no grão. Com a proibição desse ativo, os produtores ficaram reféns dos ataques da broca, principalmente nos estados citados.

A declaração de emergência fitossanitária em São Paulo e Espírito Santo foi uma saída para proteger as lavouras dos efeitos negativos de perda de produtividade e qualidade do produto. Juntos, esses estados representam aproximadamente 88% do total de café produzido no Brasil.

A suspensão temporária da Instrução Normativa (IN) nº 06/2015 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que aprovava os requisitos fitossanitários para importação de café verde proveniente do Peru, também foi uma conquista da CNA em parceria com o Conselho Nacional do Café (CNC). A Comissão Nacional do Café elaborou uma nota técnica detalhando os principais impactos da abertura do mercado brasileiro ao café peruano. “O problema maior de importar café verde produzido no Peru é a possibilidade de entrada de doenças que não têm no Brasil. É um risco fitossanitário para a cafeicultura”, afirmou o presidente da Comissão da CNA.

 

 

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