O comércio exterior do agronegócio bateu mais um recorde histórico em setembro, tanto nas exportações como nas importações, informou o Ministério da Agricultura.
O valor embarcado no setor somou US$ 4,9 bilhões no mês, cifra 14,6% superior à registrada no mesmo período do ano passado. As importações somaram US$ 671,9 milhões, contra US$ 591 milhões em setembro de 2006.
Os produtos que mais contribuíram para o desempenho positivo foram cereais e preparações, soja e carnes. As exportações do complexo soja totalizaram US$ 967 milhões, 22,2% acima do valor exportado em igual período de 2006. O resultado se deveu ao aumento do preço médio (37%), uma vez que a quantidade exportada diminuiu cerca de 10% em relação ao ano anterior.
O complexo carnes registrou 19,6% de crescimento no valor das exportações, que passou de US$ 748,6 milhões em setembro de 2006 para US$ 894,9 milhões em setembro deste ano. O resultado teve como razão o aumento de 13,1% no preço médio e 5,7% na quantidade exportada.
Já o valor exportado do complexo sucroalcooleiro diminuiu 13,0% em relação ao mesmo período do ano passado. Os preços do açúcar foram 27,9% inferiores, enquanto o volume exportado aumentou 26,5%, o que resultou numa redução de 8,8% no valor exportado. As receitas de exportações de álcool diminuíram 25,4%, produto da redução de 6,6% na quantidade embarcada, com preços 20,2% menores.
De janeiro a setembro deste ano, as exportações do agronegócio somaram US$ 42,8 bilhões, cifra 18,7% maior em comparação com o mesmo período de 2006, US$ 36 bilhões. No acumulado do ano, as importações cresceram 30,8% em relação a igual período do ano anterior, totalizando US$ 6,1 bilhões. O superávit no período ficou em US$ 36,6 bilhões.
O superávit comercial acumulado nos últimos 12 meses foi de US$ 48 bilhões. Entre outubro de 2006 e setembro 2007, as exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 56 bilhões. Esse valor é 19% superior ao exportado de outubro de 2005 a setembro de 2006, US$ 47 bilhões. No mesmo período as importações foram 33,4% superiores aos doze meses anteriores e somaram US$ 8,149 bilhões.
O complexo carnes (29,3%), o complexo sucroalcooleiro (20,4%), soja, (10,8%), sucos de frutas (69%); cereais, farinhas e preparações (150%), produtos florestais (9,5%) e café (23,9%) foram os setores que mais contribuíram para o resultado.
Exportação de frango deve alcançar US$ 4 bilhões:
As exportações brasileiras de frango devem encerrar 2007 com volume e receita recordes. A projeção foi feita ontem pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), depois da divulgação de novo aumento das vendas externas em setembro. De acordo com a Abef, o volume exportado deve superar três milhões de toneladas, com receita cambial acima de US$ 4 bilhões neste ano. O recorde anterior é de 2005, quando as vendas somaram 2,8 milhões de toneladas e a receita atingiu US$ 3,5 bilhões.
No acumulado do ano até setembro, os dados da Abef mostram que a receita cambial com as vendas externas cresceu 52%, para US$ 3,4 bilhões, em relação ao mesmo período de 2006. O volume exportado no período foi de 2,4 milhões de toneladas, representando aumento de 22%. ‘Com estes números confirmamos que o volume e as exportações de frango neste ano serão recordes‘, afirma o presidente interino da Abef, Christian Lohbauer.
Em setembro, a receita cambial com exportação de carne de frango apresentou crescimento de 52%, para US$ 386 milhões, em comparação com o mesmo mês do ano passado. O volume embarcado teve alta de 15% no período, para 242 mil toneladas. ‘Na média anual, os números de setembro estão um pouco baixos porque refletem o atraso nos embarques em função da greve dos fiscais federais agropecuários‘, explica Lohbauer.
Segundo ele, por conta deste atraso, outubro deve ter embarque recorde em torno de 310 mil toneladas, porque incluirá as vendas típicas do mês mais o volume que deixou de ser exportado no mês anterior.
A Abef atribui o crescimento no ano ao aumento de consumo entre os países asiáticos, por conta dos casos da doença da orelha azul em suínos, que fez o consumidor optar por frango; e entre europeus. Produtores europeus reduziram as matrizes em 2006 diante dos casos de gripe aviária. O preço mais alto da carne bovina é outro fator que motiva o consumo de frango.
O setor registrou incremento das vendas para os dois principais mercados. As exportações cresceram 40% para a União Européia (UE), atingindo 402 mil toneladas, e também 40% para Oriente Médio, somando 718 mil toneladas, no acumulado até setembro. Em receita, houve aumento de 75%, para US$ 900 milhões, e de 70%, para US$ 924 milhões, respectivamente.
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