Colômbia lança iniciativa cafeeira para enfrentar crise hídrica e mudança climática

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Na sexta-feira, foram apresentados na sede da Federação Nacional de Cafeicultores (FNC) os principais avanços do Programa “Manos al Agua” (Mãos à Agua), a maior iniciativa cafeeira a nível global frente à agua e à mudança climática.

“Fazer da cafeicultura uma atividade climaticamente adaptável e sustentável é um dos maiores desafios que o setor cafeeiro colombiano tem. Tanto pelo excesso como pela falta de água, o desequilíbrio hídrico diminui a produtividade agrícola, com perdas anuais de até 40% nas colheitas, afetando as receitas e os meios de vida das famílias produtoras”, afirmou o gerente geral da FNC, Roberto Vélez Vallejo.

Com um investimento de 25 milhões de euros (US$ 28,48 milhões) em cinco anos, esta Associação Público-Privada, que está em plena fase de execução, impulsionará um modelo de Gestão Inteligente da Água para o setor cafeeiro colombiano. Em longo prazo, como modelo replicável, beneficiará 563.000 famílias cafeicultoras do país ao aumentar sua resiliência e adaptabilidade frente aos fenômenos hídricos e climáticos.

O programa inovador, único no mundo, busca ser pioneiro em desenvolver soluções a nível regional alinhadas com as principais iniciativas de sustentabilidade internacional.

“Manos al Agua é um excelente exemplo do que o Nespresso está fazendo através oPrograma AAA de Qualidade Sustentável: criar um futuro sustentável para os cafeicultores e o meio-ambiente e simultaneamente garantir a disponibilidade do café colombiano de alta qualidade a longo prazo”, disse o diretor geral da Nestlé Nespresso, Jean-Marc Duvoisin. 

“O manejo da água tem sido um desafio aos cafeicultores na Colômbia. Por exemplo, a maioria processa o café em suas fazendas, o que não somente é intensivo no uso da água, mas também, muitas vezes, gera contaminação que vai diretamente às fontes de água. A grande escala da iniciativa Manos al Agua permitirá trabalhar em diferentes níveis. A nível comunitário, por exemplo, mais cafeicultores terão acesso a soluções como centrais de benefício, que melhorarão de maneira significativa o uso da água. A nível de território, vamos trabalhar para mitigar os riscos como erosão e a nível de fazenda em inovações para o manejo de águas residuais”, completou.

O Programa Manos al Agua busca a participação conjunta e ativa das comunidades, empresas, universidades e autoridades locais e internacionais.

“Com mais de 11.000 famílias cafeeiras em 25 microbacias de Antioquia, Caldas, Cauca, Nariño e Valle del Cauca, está-se promovendo a transferência de tecnologias apropriadas para o bom uso da água e o manejo da contaminação nas fazendas cafeeiras, enquanto se aplicam técnicas de bioengenharia (manejo de solos) e reflorestamento para estabilizar os ecossistemas das microbacias”, explicou Marcelo Burity, diretor de Desenvolvimento de Café Verde da Nestlé.

Com um enfoque de “FROM AID to TRADE” (da ajuda ao desenvolvimento ao fomento do Comércio), Manos al Agua é o maior projeto do Ministério Holandês de Relações Exteriores e um exemplo único de uma iniciativa sólida de alto impacto, em que o trabalho entre o setor público e privado gera resultados tangíveis, destaca a Agência Holandesa de Cooperação (Netherlands Enterprise Agency, RVO.nl).

“Não se trata de proporcionar somente ajuda, mas sim, Manos al Agua move acooperação para a criação de melhores condições de bom comércio”, disse o assessor de projeto da RVO.nl, Maarit Ivalo.

O enfoque de território e capital naturais ao núcleo da estratégia do Manos al Agua; o programa tem sido projetado para impactar regiões em vez de gerar soluções de forma isolada. Para a Nestlé, em seus 150 anos, é importante o desenvolvimento dessas experiências onde se consegue que as comunidades trabalhem em conjunto, segundo o presidente da Nestlé Colômbia, Javier Texidó.

“A Gestão Inteligente da Água se apoia em sistemas científicos e de formação para gerar conhecimento que permita avançar na compreensão dos fenômenos da água e do clima, gerando ferramentas para uma melhor tomada de decisões na cafeicultura e desenvolvimento rural, assim como o fortalecimento das políticas regionais e nacionais frente à água”, disse Wouter Wolterd, da Universidade de Wageningen.

“Esta Aliança Público-Privada constitui um passo forte e decidido do setor cafeeiro a um modelo agrícola sustentável e uma zona rural próspera e pacífica, fortalecendo o capital natural da cafeicultura. Por este motivo, agradecemos a nossos sócios públicos e privados pelo investimento no futuro da cafeicultura colombiana”, disse Vélez Vallejo.

 

 

CaféPoint

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