O Brasil deverá firmar com a China um protocolo de entendimento para a venda de carne bovina, afirmou, ontem (12-09), o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Está prevista a chegada, até o final do mês, de uma missão chinesa ao Rio Grande do Sul, apesar de a data ainda não ter sido confirmada. No entanto, a expectativa do superintendente da Agricultura no RS, Francisco Signor, é que o Estado feche acordos para a exportação de carne suína para aquele mercado.
A missão de técnicos do Departamento de Administração Estatal de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena deve vir ao Brasil para vistoriar as condições sanitárias dos abatedouros e dos centros de processamento. “Não temos mais o que exportar de carne bovina, já temos que importar”, comentou Signor. O Estado já embarca miúdos e partes menos nobres de frango para a China. Por isso, o superintendente pretende prospectar o mercado para o segmento suíno. Ele acrescentou que os chineses tiveram problemas sanitários, recentemente, na produção deste tipo de carne, o que resultou em quebra no abastecimento e necessidade de importação. “Devemos buscar suprir essa demanda. Acho difícil que exista outro fornecedor como o Rio Grande do Sul”, comentou, acrescentando que o Estado tem quatro itens a seu favor: sanidade, preço, qualidade e quantidade. “Vamos surpreender a China”.
O diretor executivo do Sips, Rogério Kerber, afirmou que o Estado tem plenas condições de atender o mercado em questão. “O setor está trabalhando neste sentido, mas precisamos, primeiramente, que seja alterado o acordo sanitário entre os dois países”, salientou. As atuais regras permitem a exportação de carne termoprocessada, produto indisponível no Brasil. Apesar de não conhecer a demanda do mercado chinês, Kerber acredita que a produção do país, que é a maior do mundo, já não esteja dando conta de alimentar a população chinesa, superior a 1 bilhão de habitantes. “Apesar de produzirem 48 milhões de toneladas/ano, temos informação de que eles já estariam comprando suíno da União Européia”, diz. O Brasil produz 3 milhões de t/ano.
Correio do Povo